A surfista curitibana de ondas gigantes, Michaela Fregonese, acaba de escrever um capítulo histórico para o esporte brasileiro. No último dia (13) de setembro, durante a cerimônia do Big Wave Challenge, realizada na Califórnia (EUA) e considerada o “Oscar do Surf”, Michaela foi consagrada Campeã Mundial da “Onda do Ano” e vencedora da categoria “Maior Onda do Ano”.
As conquistas reforçam sua posição como uma das maiores referências do surf de ondas grandes da atualidade e projetam ainda mais o nome de Curitiba e do Paraná no cenário mundial. Reconhecida por sua coragem, técnica e dedicação, Michaela aos 43 anos inspira uma nova geração de surfistas, especialmente mulheres, a desafiar os limites do mar e a buscar espaço em uma modalidade marcada por grandes desafios.
“Esses títulos representam não apenas uma vitória pessoal, mas também a força do surf brasileiro no cenário internacional. É uma honra levar a bandeira do meu país e da minha cidade para o topo do mundo”, destaca Michaela. E deixa bem claro que seu objetivo é entrar para o Guinness Book.
“É uma onda muito difícil de fazer. Já desci ondas gigantes em Nazaré, mas essa é muito mais difícil pois é fundo de coral. Então o tamanho da onda, junto com a energia do swell, criaram bombas muito sinistras, fazendo com que muitos caiam no meio da onda, comentou Michaela logo após surfá-la.
A conquista de Michaela também simboliza o crescimento do surf de ondas grandes no Brasil, que se consolida cada vez mais como uma das potências globais da modalidade. E ela ainda deixa bem claro que ainda quer conquistar o maior prêmio.
Sobre Michaela Fregonese
Nascida em Curitiba (PR), Michaela Fregonese é surfista profissional especializada em ondas grandes. Sua carreira é marcada por superação, disciplina e resultados expressivos em competições nacionais e internacionais. Hoje, ela é considerada uma das vozes mais fortes do surf feminino, levando o Brasil para os principais palcos do esporte e inspirando jovens atletas ao redor do mundo.
Michaela começou no bodyboard aos 12 anos de idade e aos 16 foi para a pranchinha. Em 2018, Michaela surfou pela primeira vez o pico conhecido como Urca do Minhoto, que fica a 29 km da costa brasileira, próximo ao litoral do Rio Grande do Norte. A paranaense encontrou um swell de 10 a 12 pés (cerca de 4m de altura) que definiu como uma “mistura de Havaí com Indonésia”, e apontou a onda como a melhor que já surfou no Brasil.
A paranaense de 43 anos, frequentadora do tradicional pico havaiano brilhou em um dos paredões mais impressionantes do dia no maior swell do local nos últimos 20 anos. Foi uma das maiores ondas de um dia em que o mar chegou a 70 pés, cerca de 21 metros. No cenário de ondas grandes, recordes só são validados após um longo processo de análise, com base em fotos e vídeos da performance do surfista. A estatura da atleta foi utilizada como escala para determinação da altura da onda e as maiores de toda a temporada, a qual foi premiada no Big Wave Award, cerimônia anual da World Surf League (WSL).
A onda em que Michaela fez história fica no North Shore havaiano, cinco quilômetros a leste de Paia, na ilha de Maui, e leva oficialmente o nome de Peahi, mas é conhecida como Jaws (mandíbula em inglês) no mundo do surfe. O apelido é uma referência ao filme “Tubarão”, de Steven Spielberg, e também a seu poder triturador. Aclamada como a mais pesada do Oceano Pacífico, Jaws pode chegar a 25 metros de altura e é o cenário da maior onda surfada a cada ano com maior frequência do que qualquer outro pico do planeta.