Aposentadoria não garante segurança contra o PCC

Análise sobre as ameaças persistentes do crime organizado

A aposentadoria não elimina os riscos de ex-investigadores, alerta promotor em entrevista. O crime organizado age com planejamento e vingança.

A recente morte do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, reacendeu um alerta importante sobre a persistência das ameaças do Primeiro Comando da Capital (PCC). O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco-SP, reforçou em entrevista que “não é a aposentadoria que fará com que o decreto já expedido pelo PCC seja retirado”. Essa afirmação destaca a realidade de que ex-investigadores permanecem vulneráveis, mesmo anos depois de deixar suas funções.

O risco permanente dos ex-investigadores

Gakiya mencionou que o histórico da facção criminosa revela que os alvos continuam sob risco, independentemente de sua aposentadoria. Ele citou o caso do ex-diretor do Carandiru, Ismael Pedrosa, que foi assassinado em 2005, mais de sete anos após se aposentar. O promotor também lembrou que Rui Ferraz Fontes já enfrentava ameaças desde 2006, com tentativas de execução frustradas em sua trajetória.

O crime organizado como uma máfia

O promotor descreve o crime organizado brasileiro como uma verdadeira máfia, operando com planejamento de longo prazo e uma capacidade de vingança significativa. “É justamente na aposentadoria que a guarda baixa e os cuidados diminuem, transformando ex-investigadores em presas fáceis”, afirmou Gakiya, sublinhando a necessidade de uma abordagem mais rigorosa na proteção de ex-autoridades.

Medidas de proteção necessárias

Embora Gakiya não tenha atribuído diretamente a morte de Rui ao PCC, ele enfatizou que os decretos de morte da facção não caducam, defendendo a implementação de medidas permanentes de proteção para ex-autoridades. “Os atos de combate ao crime não são esquecidos”, disse ele. “E é nessa hora que o Estado precisa entender que a ameaça persiste, mesmo depois que o policial deixa a ativa.”

A realidade de que a aposentadoria não é um escudo contra o crime organizado é um chamado à ação para revisitar as estratégias de segurança para aqueles que já enfrentaram o PCC.

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