Filho é indiciado por feminicídio qualificado e ocultação do cadáver da mãe, professora Soraya

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre a morte da professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, indiciando seu filho, Matteos França, de 32 anos. A investigação aponta para um crime premeditado, com requintes de crueldade e tentativa de ocultação. Matteos responderá agora por feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.

Segundo a delegada Ana Paula Rodrigues de Oliveira, responsável pelo caso no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as investigações refutaram a tese inicial de um ato impulsivo. “A princípio parecia algo impulsivo, mas as investigações mostraram que ele agiu de forma calculada, mantendo até diálogos carinhosos com a mãe no dia anterior e no dia do homicídio”, declarou a delegada, evidenciando o planejamento por trás do crime.

As evidências coletadas pela perícia reforçam a tese de premeditação. Matteos teria posicionado o carro da mãe de forma estratégica para facilitar o transporte do corpo e escolhido cuidadosamente o local do descarte. Exames realizados no veículo revelaram a presença de fios de cabelo e vestígios de sangue da vítima, consolidando as suspeitas contra o filho. A perícia também descartou a ocorrência de violência sexual, constatando que as lesões encontradas no corpo de Soraya foram infligidas após a morte.

O corpo da professora foi encontrado três dias após o seu desaparecimento, embaixo de um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Matteos confessou o crime, alegando um “surto” motivado por dívidas que somavam cerca de R$ 200 mil, provenientes de apostas online e empréstimos. Testemunhas relataram que o indiciado acreditava que a mãe tinha a obrigação de arcar com seu elevado padrão de vida.

Embora Matteos não tenha admitido interesse no seguro de vida e na previdência privada da mãe, a polícia não descarta essa possibilidade como uma das motivações do crime. A investigação apurou que, momentos antes de ser assassinada, Soraya estava em uma ligação de 45 minutos com uma instituição financeira, possivelmente tentando renegociar dívidas. Após uma breve discussão, Matteos teria aplicado um golpe de “mata-leão” na mãe, tirando sua vida, e removido o corpo da residência cerca de uma hora depois.

Após o crime, Matteos comunicou o suposto desaparecimento da mãe às autoridades e familiares, alegando tê-la visto pela última vez na noite de 17 de julho, antes de viajar para a Serra do Cipó. Diante da impossibilidade de contato no dia seguinte, ele procurou uma tia e registrou um boletim de ocorrência. Contudo, a investigação policial revelou que ele agiu sozinho, utilizando o carro da vítima para transportar o corpo. Preso, Matteos teve a prisão preventiva decretada e foi transferido para diferentes unidades prisionais na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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