Negociações complexas e figuras controversas permeiam o cenário político brasileiro. Um ex-presidente da República, em seus diários, descreveu a necessidade de “botar a mão na lama” ao lidar com certos setores do Congresso, apontando para a existência de uma “podridão” que, embora não represente a maioria, exerce influência significativa nas decisões.
Outro ex-presidente, com experiência prévia como deputado, já havia denunciado a presença de uma maioria de parlamentares defendendo apenas seus próprios interesses. Atualmente, as negociações no Congresso envolvem um número considerável de figuras questionáveis, em um ambiente onde o poder legislativo se mostra cada vez mais forte, e as decisões nem sempre são tomadas com base no bem comum.
Um exemplo recente é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apelidada de “PEC da Blindagem”, que, entre outras medidas, estabelece que nenhum deputado ou senador poderá responder a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal sem a aprovação do Congresso. A PEC também restringe a prisão de parlamentares a casos de flagrante de crime inafiançável, exigindo votação da respectiva Casa Legislativa para manter ou suspender a prisão.
Além disso, a PEC estende o foro privilegiado a presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso, como o presidente de um partido influente no cenário nacional. O presidente da Câmara apoiou a PEC e pretende colocar em votação uma proposta de anistia que beneficiaria indivíduos envolvidos em eventos controversos.
Pesquisas recentes revelam a percepção negativa da população em relação ao Congresso. A maioria dos brasileiros acredita que os parlamentares atuam em defesa de seus próprios interesses, e há forte rejeição à possibilidade de anistia para os envolvidos em manifestações passadas. O Congresso parece cada vez mais distante das necessidades e anseios da população.