Cenário político se torna favorável ao ex-presidente
A anistia para condenados por atos golpistas pode permitir que Jair Bolsonaro se candidate em 2026, segundo o PL.
O cenário político para 2026 se movimenta com duas frentes que podem beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível e em prisão domiciliar. A primeira, na Câmara dos Deputados, é a aprovação da anistia para os condenados por atos golpistas, e a segunda, no Supremo Tribunal Federal (STF), é a aposta do Partido Liberal (PL) na presidência do ministro Kássio Nunes Marques no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de 2026.
Estratégia do PL
Em um evento político em São Paulo, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que Bolsonaro tem “grandes chances” de ser candidato em 2026, mesmo com duas condenações eleitorais. Costa Neto aposta na atuação de Nunes Marques, ministro do STF indicado pelo próprio Bolsonaro, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2026. Ele declarou que o partido irá pedir para que a decisão que tornou o ex-presidente inelegível até 2030 seja revista.
Anistia na Câmara
A pauta da anistia é outra peça-chave para o futuro político de Bolsonaro. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou a escolha do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator da proposta que perdoa condenados por atos golpistas. A aprovação da urgência do projeto, com 311 votos favoráveis, encurta o tempo de tramitação e coloca a votação em um ritmo acelerado. Segundo aliados de Paulinho, o parecer pode ficar pronto e ser votado em até duas semanas. A expectativa é que o perdão não seja total, mas que as penas dos condenados sejam reduzidas, como uma forma de “pacificar o país”. A escolha de Paulinho da Força, que tem bom trânsito entre diferentes alas da política e do Judiciário, foi crucial para o andamento do projeto.