Estudo revela novo mecanismo de ação do medicamento no tratamento do diabetes tipo 2

Estudo indica que metformina pode atuar no cérebro para melhorar controle glicêmico em diabéticos.
Na última quarta-feira (17/9), um estudo da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, revelou um novo mecanismo de ação da metformina, medicamento amplamente utilizado no tratamento do diabetes tipo 2. Os pesquisadores descobriram que o remédio também atua na região ventromedial do hipotálamo (VMH) do cérebro, além de seu efeito conhecido no fígado e intestino.
Ação da metformina no cérebro
A pesquisa demonstrou que a metformina interfere na atividade da proteína Rap1, que está presente em neurônios do tipo SF1 no VMH. Quando a proteína está ativa, contribui para a elevação da glicose no sangue. A inibição dessa proteína pela metformina resulta em uma melhora no controle glicêmico.
Resultados em modelos animais
Testes com camundongos mostraram que injeções do medicamento no cérebro reduziram os níveis de glicose no sangue. Animais com a proteína Rap1 geneticamente desativada não responderam ao tratamento, indicando que a ação cerebral da metformina depende desse caminho específico. A diabetes tipo 2 é uma doença crônica marcada pela resistência à insulina e pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, frequentemente associada à obesidade e ao envelhecimento.
Implicações e próximos passos
Essa descoberta ajuda a entender os efeitos amplos da metformina no metabolismo, sugerindo que novas terapias mais direcionadas e eficazes podem ser desenvolvidas para o controle da diabetes tipo 2. Contudo, os pesquisadores ressaltam que os testes foram realizados em modelos animais e que é necessário investigar se o mesmo efeito acontece em humanos, o que requer novos estudos.