O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, teve sua viagem aos Estados Unidos autorizada para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em compromissos oficiais na ONU, entre 22 e 24 de setembro. A permissão, no entanto, veio com uma condição restritiva: sua circulação ficará limitada a um raio de cinco quarteirões do hotel, sede da ONU e representações diplomáticas brasileiras.
A liberação do visto de Padilha, que estava vencido desde o início do ano, ocorreu após um período de espera, sendo a última a ser concedida aos membros da comitiva presidencial. A demora e as restrições impostas surgem em um contexto de aumento das tensões entre o Brasil e os EUA, especialmente após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A expectativa é que o ministro da Saúde participe ativamente tanto da Assembleia Geral da ONU, onde Lula fará o discurso de abertura, quanto da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Sua presença é considerada importante para fortalecer a participação do Brasil nos debates globais sobre saúde.
Curiosamente, em agosto, os vistos da esposa e da filha de Padilha já haviam sido cancelados pelas autoridades americanas, um episódio que antecedeu a demora na emissão do visto do ministro. Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, também enfrentou dificuldades semelhantes, com seu visto inicialmente suspenso pelo Departamento de Estado dos EUA.
Questionado sobre o impasse do visto, Padilha minimizou a situação, chegando a declarar: “‘Tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu”. O ministro também afirmou que ainda avalia sua participação na viagem, priorizando as negociações para a aprovação da medida provisória do Programa Agora Tem Especialistas, cuja validade expira em breve.