Tensões entre Congresso e STF aumentam com condenação de Ramagem

Decisão do Supremo gera reações e iniciativas na Câmara dos Deputados

A condenação de Alexandre Ramagem pelo Supremo Tribunal Federal intensifica as tensões entre o Congresso e o STF, com reações e manobras na Câmara dos Deputados.

Em janeiro de 2024, em meio a investigações sobre a trama golpista, o Supremo Tribunal Federal foi alertado sobre o descontentamento com operações policiais que afetavam parlamentares. A reação do Congresso foi clara: se as ações resultassem em prisões, haveria mobilização para contestar as ordens judiciais, elevando a tensão entre os poderes. O deputado Alexandre Ramagem, único congressista envolvido no caso, foi condenado a dezesseis anos de prisão por crimes como tentativa de golpe e organização criminosa, o que pode ser o catalisador para uma nova rebelião no Parlamento.

O embate entre poderes

Desde o início, o caso de Ramagem se tornou um embate entre o Supremo e o Congresso. A condenação foi uma resposta a ações que utilizavam o aparato estatal para espionagem política. Apesar de uma resolução da Câmara que buscava paralisar o processo, o Supremo decidiu manter a ação em relação aos crimes cometidos até 2022. Isso gerou uma nova ação da Câmara, que alegou violação dos princípios da separação de Poderes. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, ignorou o recurso, aumentando as tensões.

O futuro de Ramagem e a reação da Câmara

No dia 11 de setembro, Moraes determinou a cassação dos direitos políticos de Ramagem, decisão que será formalmente notificada à Câmara quando o processo transitar em julgado. A expectativa é que a Câmara busque formas de proteger Ramagem, possivelmente através de uma anistia ou adiando a perda de seu mandato, para evitar um confronto direto com o STF. Essa situação reflete um corporativismo dentro do Legislativo, onde há um interesse em proteger seus membros de ações judiciais.

Outros casos e a batalha contínua

Diversos parlamentares enfrentam investigações e tentativas de cassação, como a deputada Carla Zambelli, que teve um processo de condenação que ainda se arrasta. O discurso comum entre os investigados gira em torno de uma suposta perseguição judicial. Além disso, a proposta de um “deputado internacional” surge como uma manobra para driblar a cassação por faltas, evidenciando a busca por brechas legais para evitar penalidades. A situação atual indica que novas prisões e ações judiciais podem ocorrer, refletindo a luta contínua pela imunidade parlamentar e a separação de Poderes.

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