Entidades investigadas pela PF e escritórios de advocacia em foco
A CPMI do INSS investiga contratos de entidades com escritórios de advocacia por suspeitas de irregularidades em benefícios.
Na última semana, a CPMI do INSS iniciou a análise de contratos celebrados entre escritórios de advocacia e entidades sob investigação da Polícia Federal em relação a supostas irregularidades financeiras. Essa linha de apuração se tornou prioritária devido aos valores exorbitantes envolvidos, que chegaram a 16 milhões de reais, levantando suspeitas de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas.
Números e valores em destaque
Planilhas obtidas pela comissão mostram que, entre 2024 e 2025, o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (CEBAP) e a União Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (UNABRASIL) foram responsáveis por gastos significativos com serviços jurídicos. As despesas da CEBAP, por exemplo, alcançaram a marca de 8 milhões de reais em apenas 16 meses. Escritórios de advocacia renomados foram contratados, incluindo o de Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça, que recebeu 500.000 reais entre dezembro de 2024 e abril de 2025.
Conexões polêmicas
Além de Lewandowski, a CPMI também investiga os serviços prestados por Daniel Leon Bialski, advogado com um histórico controverso. Entre setembro do ano passado e abril deste ano, Bialski faturou 3,8 milhões de reais com a CEBAP e 1,4 milhão de reais da UNABRASIL. Depoimentos já foram colhidos, incluindo o do advogado Nelson Wilians, que negou irregularidades. A convocação de Enrique Lewandowski e do ministro Ricardo Lewandowski é considerada essencial para esclarecer a intersecção entre defesa de interesses e poder.
O que vem a seguir
Por enquanto, não houve pedido de convocação para Daniel Bialski. Seu escritório afirmou que os valores são compatíveis com os praticados no mercado e que o contrato com as associações foi firmado antes da operação da PF. As investigações continuam e a CPMI espera elucidar as conexões entre as entidades e os escritórios de advocacia, buscando responsabilizar aqueles envolvidos em possíveis crimes financeiros.