A complexidade na nomeação de medicamentos

Entenda como os nomes são escolhidos para garantir segurança e eficácia

O processo de nomeação de medicamentos é técnico e rigoroso, visando segurança e distinção no mercado.

A escolha do nome de um medicamento envolve um processo técnico, demorado e repleto de exigências legais. Segundo Lucas Angnes, gerente de Marketing da Prati-Donaduzzi, essa tarefa vai além do marketing, devendo ser distintiva, segura e culturalmente adequada, o que pode levar anos e exigir a colaboração de especialistas.

Regras rigorosas da Anvisa

Desde 2014, a Anvisa adotou critérios mais rigorosos para a nomenclatura de medicamentos. Os novos nomes não podem ser semelhantes aos já existentes, seja na grafia ou sonoridade, e devem conter, no mínimo, três letras diferentes em relação aos medicamentos registrados. Além disso, é proibido que o nome comercial reproduza mais de 50% da Denominação Comum Brasileira (DCB) ou do princípio ativo.

O impacto da norma

Essas normas visam prevenir confusões entre medicamentos e minimizar erros de prescrição e dispensação. A Anvisa também veta nomes que induzam à automedicação ou que façam alusão a partes do corpo ou doenças, a menos que haja respaldo técnico-científico. Combinações de letras que podem causar confusão na leitura ou escrita também são desestimuladas.

Processo de aprovação

Cerca de 50% dos nomes sugeridos pelas indústrias farmacêuticas são reprovados. Atualmente, há aproximadamente 10 mil medicamentos registrados no Brasil, e empresas como a Prati-Donaduzzi buscam criar nomes que sejam simples e memoráveis, investindo entre 5% e 7% da receita líquida em pesquisa e desenvolvimento. O processo de nomeação é colaborativo, envolvendo diversos setores da indústria para evitar duplicidades e significados negativos.
Nomear um medicamento é, portanto, uma mistura de ciência, criatividade e responsabilidade com a saúde pública.

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