“A Hora do Mal”: Terror Surpreende, Desafiando Expectativas e Título Enganoso

Em uma pacata cidade americana, o desaparecimento de 17 crianças durante a madrugada lança o pânico sobre a população. Os pais, desesperados, apontam o dedo para a professora do grupo, que se declara inocente. A pergunta que ecoa é: por que as crianças sumiram? Quem está por trás desse evento aterrador?

Essa é a premissa de “A Hora do Mal” (título em português para “Weapons”), o novo filme de Zach Cregger, diretor de “Noites Brutais”. O título, no entanto, pode ser enganoso.

A produção, que aparenta ser apenas mais um filme de terror comercial, supera as convenções do gênero. Longe dos clichês de sustos fáceis e cenas gráficas, o filme investe no suspense e em reviravoltas, tornando-se acessível até para quem não é fã de terror.

O título “A Hora do Mal” faz referência ao horário dos desaparecimentos, 2h17, detalhe que ganha destaque no trailer. Entretanto, essa “hora” é apenas um elemento de uma narrativa densa e complexa.

A história é contada a partir da perspectiva de seis personagens distintos, revelando gradualmente o envolvimento de cada um no mistério. Essa estrutura narrativa mantém o espectador preso, ávido por desvendar os segredos da trama. As mudanças de perspectiva são inesperadas, tornando a história imprevisível. A cada “capítulo”, novas perguntas surgem, encontrando respostas no clímax da narrativa.

A escolha narrativa proporciona um ritmo interessante, suavizando a experiência para aqueles que não apreciam filmes excessivamente assustadores. Embora haja cenas de tensão e alguns sustos pontuais, o suspense é o elemento central do horror.

O filme também oferece múltiplas camadas de interpretação. Além de solucionar os mistérios centrais, “A Hora do Mal” permite teorias e especulações, servindo como alegoria para temas importantes e atuais, desde política até violência. Essa abertura para diferentes leituras é um dos grandes trunfos da obra, incentivando a reflexão após a sessão.

“A Hora do Mal” está em exibição nos cinemas.

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