Abelhas aprendem código morse após treinamento com luzes

Universidade Queen Mary de Londres

Pesquisadores revelam que Bombus terrestris conseguem distinguir estímulos visuais para encontrar alimentos

Estudo inédito mostra que abelhas conseguem aprender a diferenciar padrões de luz, utilizando habilidades que vão além da polinização.

Abelhas aprendem código morse com estímulos luminosos

Em uma descoberta inovadora, pesquisadores da Queen Mary University de Londres revelaram que as abelhas da espécie Bombus terrestris são capazes de aprender a diferenciar estímulos visuais, especialmente padrões de luz, como um código morse. Este estudo, publicado na revista científica Biology Letters, marca a primeira vez que se observa tal habilidade em abelhas, destacando sua inteligência e capacidade de adaptação ao ambiente.

O experimento com as abelhas Bombus terrestris

Os cientistas conduziram experimentos com zangões, a versão masculina das abelhas, para testar suas habilidades cognitivas. Durante a pesquisa, os insetos foram expostos a diferentes padrões de luz, com variações na duração, para que pudessem associar essas informações a recompensas. O primeiro teste consistiu em uma luz pulsante por cinco segundos, seguida por um padrão diferente que durava um segundo. O segundo experimento utilizou um tempo de exposição total de 2,5 segundos e meio segundo.

Recompensas e estímulos

As abelhas foram recompensadas com açúcar em um dos padrões, enquanto em outro eram expostas à quinina, uma substância amarga. Essa diferenciação foi crucial, pois permitiu aos pesquisadores observar se as abelhas realmente aprenderam a associar os padrões de luz com as respectivas recompensas. Após o treinamento, os zangões foram colocados em um labirinto onde deveriam buscar o açúcar, tendo que acertar 15 de 20 tentativas para conseguir a recompensa.

Resultados surpreendentes

Os resultados foram impressionantes: mesmo após a retirada das recompensas, a maioria das abelhas continuou a escolher o padrão de luz associado ao açúcar, demonstrando que conseguiram memorizar e processar a informação visual. Essa pesquisa não apenas contribui para a compreensão da inteligência das abelhas, como também abre novas questões sobre os mecanismos que elas utilizam para codificar informações.

Implicações para a ciência

A capacidade das abelhas de aprender e processar informações visuais é um indicativo de suas complexas habilidades cognitivas, que vão muito além do que se imaginava. A pesquisa destaca a importância das abelhas não apenas como polinizadoras, mas também como seres que possuem um nível de inteligência que merece mais investigação. Os pesquisadores planejam continuar seus estudos para desvendar os mecanismos envolvidos nesse aprendizado.

Essa descoberta pode ter implicações significativas para a conservação e manejo das abelhas, especialmente em um contexto onde essas espécies enfrentam ameaças crescentes. Compreender como as abelhas processam informações pode nos ajudar a desenvolver estratégias para protegê-las e garantir sua sobrevivência no ecossistema.

Conclusão

As abelhas estão se mostrando mais inteligentes do que se pensava, e a pesquisa da Queen Mary University de Londres é um testemunho dessa capacidade. À medida que continuamos a explorar o mundo das abelhas e seu comportamento, novas revelações podem surgir, ampliando nosso entendimento sobre esses insetos essenciais para a biodiversidade e a agricultura.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Universidade Queen Mary de Londres

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