Entenda as alegações de acionistas sobre a aquisição da fabricante de calçados
Acionistas contestam o valor pago pela 3G Capital na compra da Skechers, alegando subavaliação.
Ação judicial contesta compra da Skechers pela 3G Capital
A compra da Skechers pela gestora 3G Capital, concluída recentemente por US$ 9,4 bilhões, está no centro de uma disputa judicial nos Estados Unidos. Fundos de investimento norte-americanos estão questionando o valor pago pela gestora, que é dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A aquisição foi feita a um preço de US$ 63 por ação, que agora é alvo de críticas por parte de acionistas que alegam que o valor reflete uma subavaliação da fabricante de calçados.
A alegação dos acionistas
Os acionistas envolvidos na ação judicial argumentam que a transação favoreceu o fundador da Skechers, Robert Greenberg, e foi realizada em um momento de crise para a empresa, especialmente devido às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. Em abril deste ano, as ações da Skechers caíram mais de 20% quando a empresa retirou suas projeções de resultados, alertando sobre o impacto negativo das tarifas. Mesmo assim, um mês depois, a 3G Capital finalizou a compra com um prêmio de cerca de 30% sobre o preço das ações antes do anúncio das tarifas.
O avanço da disputa legal
A disputa judicial avançou para o Tribunal de Chancelaria de Delaware, onde, segundo informações da Reuters, já foram instaurados pelo menos cinco processos distintos desde a conclusão da transação, ocorrida em 12 de setembro. A falta de um consenso para um acordo preliminar indica que a situação deve se prolongar. Tanto a Skechers quanto a 3G Capital não comentaram sobre o assunto, e os advogados dos investidores que estão movendo as ações também não se manifestaram.
A trajetória da Skechers
Fundada na Califórnia, a Skechers é uma das maiores marcas de calçados do mundo, ocupando a terceira posição no ranking global, atrás de Nike e Adidas. A empresa possui 5,3 mil lojas em todo o mundo, incluindo 15 no Brasil, e faturou mais de US$ 9 bilhões no ano passado. Seus produtos são comercializados em mais de 180 países, com mais de 60% das vendas realizadas fora dos Estados Unidos. Este forte desempenho no mercado internacional destaca a importância e o potencial da marca, que agora está em meio a uma controvérsia significativa relacionada à sua aquisição.
Com informações da Reuters
Fonte: www.moneytimes.com.br