Entenda o que esperar após anúncios de dividendos e capex das empresas
Após os recentes aumentos de capital e dividendos, o que esperar das ações da Suzano e Klabin?
Ações Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) em foco após aumento de capital
Nesta semana, as ações Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) foram objeto de atenção no mercado financeiro devido aos anúncios de aumentos de capital e dividendos. Às 14h50 desta quinta-feira (11), as ações apresentavam quedas de 4,39% e 1,09% respectivamente. Essa movimentação levanta questões sobre o futuro financeiro das empresas.
Aumentos de capital e dividendos anunciados
A Suzano informou que realizará um pagamento de R$ 1,38 bilhão em dividendos intercalares, equivalentes a R$ 1,11 por ação, além de um aumento de capital de R$ 5 bilhões. Por outro lado, a Klabin anunciou um pagamento de R$ 1,112 bilhão em dividendos intercalares, com um dividendo de R$ 0,1823 por ação, e um aumento de capital com a emissão de 61.796.819 novas ações, totalizando R$ 800 milhões.
Essas decisões foram discutidas durante o evento denominado “Klabin Day”, onde o BTG Pactual comentou sobre a importância da disciplina de capital e do processo de desalavancagem da companhia. O foco está em maximizar os benefícios do último ciclo de investimentos, que trouxe aumentos de volumes, melhores mix de produtos e uma diminuição no capex.
Análises e recomendações de especialistas
Os analistas Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Henriques, apesar de considerarem as novas projeções de crescimento da Klabin razoáveis, mantiveram um tom cauteloso em virtude da fraca geração de fluxo de caixa livre e a previsão de retornos (yields) entre 6% e 8% em 2026. Eles expressaram incertezas sobre a lucratividade a longo prazo no setor, o que pode influenciar decisões de investidores.
O novo guidance para 2025 e 2026 foi ajustado para R$ 2,9 bilhões e R$ 3,3 bilhões, respectivamente, refletindo uma expectativa maior em relação a períodos anteriores. “Recomendamos compra, com preço-alvo de R$ 24” afirmou a equipe de análise.
Em contrapartida, o Morgan Stanley observou uma queda de 18% no capex previsto para 2026, o que pode impulsionar o fluxo de caixa livre da Suzano em cerca de 1,6 pontos percentuais. A instituição reiterou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 78 para SUZB3.
O Citi também aponta uma previsão de preço-alvo de R$ 70 para as ações da Suzano, destacando a redução de capex como um fator positivo.
Impactos das mudanças na dívida e capex
Durante o evento Suzano Day, a empresa anunciou uma meta de redução de sua dívida líquida em cerca de 8%, passando de R$ 12 bilhões para R$ 11 bilhões, com um objetivo de alavancagem de até 2,5 vezes. Marcos Assumpção, vice-presidente financeiro, apontou que o plano de desalavancagem envolve a venda de ativos não essenciais, uma política mais restrita de distribuição de dividendos, programas seletivos de recompra de ações e a redução do capex.
Em resumo, a análise das ações da Suzano e Klabin após os anúncios recentes revelam um cenário de expectativa cautelosa. Investidores e analistas terão que observar de perto a evolução dessas estratégias e o impacto dela sobre o desempenho financeiro das companhias nos próximos anos.
Fonte: www.moneytimes.com.br


