Negociações históricas podem ter desfecho este mês.
O acordo entre Mercosul e União Europeia pode avançar em dezembro de 2025, após 25 anos de negociações.
O acordo entre Mercosul e União Europeia pode avançar significativamente em dezembro de 2025, após longas negociações que se arrastam por mais de 25 anos. O tratado de livre comércio, fechado no final de 2024 durante a cúpula do Mercosul no Uruguai, promete uma série de alterações nas tarifas de importação entre os dois blocos. Neste contexto, a votação que acontecerá no Parlamento Europeu nesta terça-feira será crucial para o futuro do pacto.
O panorama das negociações
As negociações para o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul tiveram início em 1999, e somente no final de 2024 foi possível chegar a um consenso. O pacto prevê a redução de tarifas de importação para 77 produtos agropecuários da América do Sul e a eliminação de taxas para 91% dos artigos importados da UE. Essa mudança representa um passo importante para a integração econômica e comercial entre as regiões.
Neste cenário, o Parlamento Europeu deve avaliar medidas de salvaguarda que visam proteger setores vulneráveis da agricultura europeia. A proposta, que foi aprovada pela Comissão de Comércio Internacional, permitirá a suspensão dos benefícios do acordo caso as importações do Mercosul causem danos a partes do agronegócio europeu.
O que está em jogo
A votação no Parlamento é um momento decisivo. Para que o acordo avance, é necessário que a maioria dos 720 eurodeputados aprove as medidas. Se a proposta for aprovada, o próximo passo será a avaliação pelo Conselho Europeu, que se reúne nos dias 18 e 19 de dezembro. Para a ratificação, ao menos 15 dos 27 países membros da UE, que representem 65% da população do bloco, devem votar a favor.
A expectativa é que as votações ocorram a tempo para que a cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, marcada para o dia 20 de dezembro em Foz do Iguaçu, Paraná, possa contar com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para a assinatura do acordo.
Desafios e oposição
Entretanto, a França tem se posicionado contra a rápida aprovação do acordo, pedindo um adiamento das votações. O governo francês argumenta que o tratado não atende a exigências que contemplam salvaguardas e normas ambientais adequadas. O primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu, expressou a necessidade de mais tempo para discutir as preocupações levantadas pelos agricultores franceses, que temem os impactos negativos da ratificação do acordo.
A resistência francesa ganhou eco entre outros países da UE, como Polônia, Hungria e Áustria, que também demonstraram preocupações em relação ao tratado. Apesar disso, o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, defendeu que o acordo seja assinado na data prevista, reiterando que ajustes podem ser discutidos posteriormente, uma vez que o tratado esteja em vigor.
O desfecho dessa história, que se arrasta há mais de duas décadas, poderá moldar o futuro comercial entre os blocos, trazendo benefícios e desafios para ambos os lados. A expectativa é grande para as votações e as discussões que se seguirão, à medida que os países se preparam para o próximo encontro decisivo.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: m colorida mostra bandeira do Mercosul – Metrópoles



