Diplomatas europeus falam sobre adiamento e novos prazos.
A União Europeia planeja assinar o acordo com o Mercosul em janeiro de 2026 após adiamentos por pressões internas.
A expectativa da assinatura do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que estava marcada para 20 de dezembro de 2025, foi oficialmente adiada para 12 de janeiro de 2026. O adiamento, conforme informado por diplomatas europeus, se deve à resistência de agricultores da UE, particularmente os da França e da Itália, que levantaram preocupações sobre as implicações do acordo para a agricultura local.
O contexto do adiamento
O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, que assume a presidência rotativa do Mercosul, declarou que não recebeu qualquer comunicação oficial sobre a mudança de data. Apesar da informação circulada na imprensa, ele reafirmou que a decisão de adiamento ainda não foi formalizada entre as partes. A assinatura era esperada com entusiasmo, mas as pressões internas na Europa levaram a uma reavaliação de prazos e estratégias.
Desafios no processo de ratificação
A necessidade de obter uma maioria qualificada entre os países da UE complicou ainda mais o cenário. Para que o acordo fosse ratificado, era imprescindível que 15 dos 27 países-membros, representando 65% da população da União, concordassem com o texto proposto. Contudo, essa condição não foi atendida, resultando na prorrogação das negociações.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mencionou que a UE precisaria de mais algumas semanas para resolver disputas internas, antes de comunicar oficialmente o adiamento ao Mercosul. Diplomatas da UE se mostraram otimistas quanto ao futuro da ratificação, indicando que as negociações com a Itália e a França continuam focadas em salvaguardas e compensações para agricultores.
A urgência do Mercosul
Os chanceleres do Mercosul, em uma reunião recente em Foz do Iguaçu, expressaram um alerta à UE, afirmando que não esperariam indefinidamente por soluções. “Estamos dispostos a avançar, entendendo que a Europa tem seus prazos, mas esses prazos não são infinitos”, destacou Ramírez. A pressão para concretizar o acordo é palpável, com os países do Mercosul ansiosos para que as promessas de cooperação se tornem realidade.
Em suma, a assinatura do acordo Mercosul-UE continua sendo um tema central nas relações internacionais, refletindo tanto as esperanças de integração quanto os desafios das políticas agrícolas na Europa.



