Em meio a uma extensa sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, o advogado Matheus Milanez, representante do general Augusto Heleno no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, utilizou o humor para comentar a duração dos trabalhos. Enquanto o ministro Luiz Fux proferia seu voto, um processo que já se estendia por mais de nove horas desde o início, por volta das 9h30, Milanez publicou uma mensagem bem-humorada em suas redes sociais expressando o desejo de “jantar”.
A manifestação do advogado contrastou com a determinação do ministro Fux, que ressaltou sua intenção de permanecer “até a hora que for necessário” para concluir sua manifestação no caso.
Essa não é a primeira vez que Milanez recorre ao humor para lidar com a extensão das sessões judiciais. Em junho, durante os interrogatórios dos réus, o advogado já havia chamado atenção ao solicitar ao ministro Alexandre de Moraes que adiasse o início da audiência seguinte em uma hora, transferindo-a das 9h para as 10h, justificando que não havia tido tempo para jantar. Naquela ocasião, o interrogatório se prolongou por seis horas.
“Eu, minimamente, quero jantar, excelência, porque eu só tomei café da manhã”, declarou Milanez na época, provocando risos no plenário. O pedido foi negado por Moraes, que determinou a retomada da sessão às 9h02 do dia seguinte.
No julgamento em questão, Fux, ao votar, mencionou a necessidade de ainda deliberar sobre cinco réus. Questionado sobre o tempo estimado para finalizar a leitura de seu voto, o ministro respondeu que continuaria até a conclusão.
Ao longo do dia, o magistrado fez apenas duas pausas breves, além de um intervalo para almoço, totalizando aproximadamente uma hora e vinte minutos de interrupção. Além de Fux, espera-se que os ministros Cármen Lúcia e Zanin se manifestem ainda.