Decisão foi aprovada após votação na Assembleia Legislativa do Rio
A Alerj decidiu revogar a prisão de Rodrigo Bacellar, acusado de vazar informações sigilosas.
Alerj aprova revogação da prisão de Bacellar na tarde de 8 de dezembro
O plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu aprovar, na tarde de 8 de dezembro, o projeto de resolução que recomenda a revogação da prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Casa e membro do União Brasil. Essa decisão ocorre em meio a investigações que alegam que Bacellar vazou informações sigilosas da Polícia Federal.
A votação foi aberta aos 70 parlamentares e atendeu ao rito constitucional exigido para casos de prisão de deputados estaduais. Para que a prisão fosse revogada, eram necessários ao menos 36 votos, um número que foi alcançado com 42 votos a favor, 21 contrários, além de 2 abstenções e 3 ausências. A posição da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que já havia aprovado a revogação por 4 a 3, foi referendada pela votação.
Tensão e debates acalorados marcam sessão
A sessão na Alerj foi marcada por tensão e discussões acaloradas. Houve interrupções durante a votação, especialmente quando a deputada Dani Monteiro, do PSOL, se manifestou afirmando que era “um dia triste para o Parlamento”. Essa declaração gerou reações de outros deputados, que alegaram que havia um acordo prévio limitando o tempo de fala a seis parlamentares, três de cada lado, antes da votação.
O deputado Rafael Picciani se absteve de votar, apresentando um conflito de interesse, uma vez que ele está sob investigação do STF em relação a questões envolvendo sua nomeação para a Secretaria de Esportes e Lazer do estado.
Acusações e investigações em andamento
Rodrigo Bacellar foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes na semana anterior à votação. Ele é suspeito de ter vazado dados para o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, que também está preso. As investigações sugerem que TH estaria colaborando com a criminalidade organizada no Rio, facilitando a compra e venda de drogas e armamentos.
A decisão da Alerj agora deve ser oficializada no Diário Oficial e enviada ao Supremo Tribunal Federal, que terá a palavra final sobre a situação de Bacellar. O desdobramento desse caso é uma questão de grande importância política no estado, especialmente diante da crescente tensão entre os parlamentares e as autoridades.
Implicações políticas e a resposta da sociedade
A aprovação da revogação da prisão de Bacellar é um reflexo das divisões políticas dentro da Alerj e das reações da sociedade civil diante de escândalos de corrupção e da falta de confiança nas instituições. A resposta do público e das organizações da sociedade civil em relação a essa decisão será um fator a ser observado nos próximos dias, dado o impacto que a política estadual tem na vida dos cidadãos cariocas e na imagem do Legislativo.
Neste contexto, a Alerj continua a ser um palco de debates fundamentais sobre a ética na política e a integridade dos seus membros, levantando questões sobre a responsabilidade e a transparência das ações parlamentares.


