Um novo estudo abrangente, com duração de 15 anos, lança luz sobre a influência da alimentação na saúde cerebral. A pesquisa revela que o consumo exagerado de carne vermelha, alimentos processados e bebidas açucaradas pode elevar significativamente o risco de desenvolvimento de doenças neurológicas relacionadas à idade, como demência, Alzheimer e Parkinson. A descoberta reforça a importância de escolhas alimentares conscientes para a manutenção da saúde cognitiva ao longo dos anos.
Publicado na renomada revista científica Nature Aging em julho, o estudo foi conduzido por cientistas espanhóis e suecos. A equipe analisou dados de 2.473 idosos, predominantemente mulheres com idade média acima de 70 anos. Os participantes mantiveram seus hábitos alimentares regulares, permitindo aos pesquisadores avaliar o impacto de diferentes padrões alimentares na saúde cerebral ao longo do tempo.
Durante o período de observação, os participantes não seguiram dietas específicas, o que permitiu uma análise mais realista do impacto dos hábitos alimentares cotidianos. Os cientistas classificaram as rotinas alimentares dos participantes com base em padrões considerados saudáveis e reconhecidos pela comunidade científica. A análise revelou uma correlação preocupante entre o consumo excessivo de certos alimentos e o aumento do risco de doenças neurológicas.
Os resultados mostraram que indivíduos com maior consumo de carne vermelha, alimentos processados e bebidas açucaradas apresentaram maior probabilidade de desenvolver doenças mentais, depressão e outras comorbidades comuns em idades avançadas, como diabetes, artrite e doenças cardíacas. Em contrapartida, aqueles que adotavam dietas ricas em frutas, vegetais, nozes, legumes, grãos integrais, peixe e azeite de oliva, com consumo limitado de carne vermelha e processados, demonstraram uma progressão mais lenta de doenças neurológicas.
“Nossos resultados mostram a importância da dieta para influenciar o desenvolvimento de multimorbidade em populações idosas”, destaca Adrián Carballo–Casla, coautor do estudo, em entrevista ao portal britânico Daily Mail. O estudo ressalta a necessidade de mais pesquisas para identificar quais dietas têm o maior impacto na longevidade e na saúde cerebral dos idosos, abrindo caminho para estratégias de prevenção mais eficazes.