Alerta de Saúde: Hipertensão e Álcool Levam a Mais Mortes, Principalmente Entre Mulheres

Novas evidências científicas reforçam que não existe consumo seguro de álcool para a saúde. Para quem convive.

Novas evidências científicas reforçam que não existe consumo seguro de álcool para a saúde. Para quem convive com a hipertensão, o risco se agrava, especialmente com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Um estudo recente publicado no *American Journal of Preventive Medicine* revela um aumento alarmante nas mortes por hipertensão associadas ao álcool, com um impacto desproporcional sobre as mulheres.

A pesquisa analisou dados de mortalidade nos Estados Unidos, revelando um aumento médio anual de 41,5% nas mortes por hipertensão entre 2016-2017 e 2020-2021. O número total de óbitos saltou de 86.396 para 122.234 por ano. Mais preocupante ainda é o aumento de 51,6% nas mortes por hipertensão diretamente atribuíveis ao consumo excessivo de álcool, subindo de 13.941 para 21.137.

Um dado alarmante é que mais de 60% dessas mortes relacionadas ao álcool ocorreram entre mulheres, e o crescimento dessa taxa de mortalidade foi mais acentuado nesse grupo. O cardiologista Israel Guilharde, do Hospital Municipal Iris Rezende Machado, destaca que esses dados demonstram que a hipertensão continua sendo um desafio significativo, e que a relação entre álcool e saúde precisa ser urgentemente repensada.

Segundo Guilharde, “Se a ingestão de álcool é um fator que podemos controlar, por que não abraçar essa chance de transformar esses números? Mais do que causar temor, essa informação deve nos obrigar a fazer escolhas que nos levem a um futuro mais saudável”. O consumo excessivo de álcool pode acelerar o sistema nervoso, aumentar o ritmo cardíaco e contrair os vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial.

Além disso, o álcool pode prejudicar a flexibilidade dos vasos sanguíneos e interferir na eficácia de medicamentos para hipertensão. O ganho de peso, sono inadequado e acúmulo de gordura visceral, frequentemente associados ao consumo excessivo de álcool, também agravam a hipertensão. A maior vulnerabilidade das mulheres pode ser explicada por diferenças biológicas na metabolização do álcool, resultando em concentrações mais elevadas no sangue, e por mudanças culturais nos padrões de consumo.

Apesar de focado nos EUA, o estudo serve de alerta para o Brasil, onde o consumo per capita de álcool ainda supera a média mundial, segundo dados da OMS. Em 2022, foram registradas 33 mortes atribuíveis ao álcool a cada 100 mil habitantes, com 3% delas relacionadas à hipertensão. Entre pessoas com 55 anos ou mais, a pressão alta é apontada como uma das principais causas de óbitos associados ao álcool.

A moderação ou abstinência são cruciais para hipertensos. O cardiologista Elzo Mattar, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, adverte que o ideal é evitar ou diminuir o consumo sempre que possível, especialmente para quem tem dificuldade em controlar a pressão ou possui doenças cardiovasculares. A OMS considera que uma dose padrão contém cerca de 10 gramas de álcool puro, equivalente a uma lata de cerveja ou uma taça pequena de vinho. A prevenção é sempre o melhor caminho quando se trata de saúde.

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