Embaixada dos EUA Critica Moraes e Alerta Empresas
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil declarou nesta segunda-feira que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é “tóxico” para empresas e indivíduos que pretendem fazer negócios com os EUA. A declaração, divulgada nas redes sociais, reforça a oposição do governo americano ao ministro, em particular no contexto de seus processos que envolvem figuras políticas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A mensagem foi uma republicação de um comunicado do Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA. O texto indicava que cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial com Moraes e alertava outros cidadãos a tomarem precauções. “Quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos, como o ministro, pode estar sujeito a sanções”, afirmava o comunicado.
A crítica está diretamente ligada à atuação de Moraes como relator de casos de grande impacto político no STF, especialmente aqueles que envolvem figuras associadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo dos EUA tem demonstrado sensibilidade em relação à sua atuação no processo que envolve Bolsonaro, que inclui acusações de tentativa de golpe de Estado e ações contra a democracia brasileira.
A tensão já havia se intensificado anteriormente, após a articulação que levou à abertura de um inquérito no STF para investigar o então deputado Eduardo Bolsonaro. O ex-presidente Trump se posicionou contra as ações de Moraes, chegando a publicar uma carta destinada ao então presidente Jair Bolsonaro em que pedia o fim imediato das investigações.
A declaração da Embaixada dos EUA serve como uma resposta ao crescente atrito entre os dois países, cujas relações comerciais e políticas têm sido afetadas por disputas internas no Brasil e pelo posicionamento do ministro Alexandre de Moraes. A mensagem deixa claro que o governo americano considera que os conflitos envolvendo Moraes não devem ser tratados apenas como questões jurídicas internas, mas como uma preocupação que pode afetar diretamente as relações comerciais internacionais.
A posição da Embaixada reflete não só a contínua hostilidade em relação a Moraes, mas também uma estratégia mais ampla para pressionar o Brasil, principalmente no que se refere a questões de direitos humanos e atuação judicial. A expectativa é que esse embate tenha repercussões significativas nas relações entre os dois países nos próximos meses. O caso de Moraes segue sendo um dos maiores pontos de fricção, à medida que a política interna do Brasil continua a interagir com o cenário internacional.
