Alexsandra Aparecida da Silva, mesmo com decisão do STF, permanece detida devido a erro na documentação.
Alvará de soltura para Alexsandra Aparecida da Silva é emitido incorretamente, e mulher segue presa.
Mesmo após o Supremo Tribunal Federal emitir um alvará de soltura para Alexsandra Aparecida da Silva, de 43 anos, presa por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, a mulher continua presa. A decisão que a libertaria, emitida pelo ministro Alexandre de Moraes na quarta-feira (15), afirma que a presa “se encontra recolhida no Presídio de Varginha”. No entanto, Alexsandra está detida na Penitenciária de Três Corações, a 35 quilômetros de distância do destino inicial.
Erro no alvará causa confusão
De acordo com o advogado de Alexsandra, Wesley Bastos, na época da prisão, o STF determinou que ela fosse encaminhada para a prisão em Varginha, que não conta com uma ala feminina, e no dia seguinte foi enviada para a Penitenciária de Três Corações. O atestado carcerário justifica a transferência como “rotina de fluxo de gestão de vaga”. Alexsandra está no presídio há dois meses e meio, e a família se deslocou para Três Corações, acreditando que a libertação ocorreria, apenas para descobrir que ela não seria liberada.
Condições de detenção e saúde
A defesa de Alexsandra afirma que ela sofre de problemas de saúde, incluindo ansiedade e um nódulo na mama. Nos últimos meses, a detida já reclamou de sangramentos e outras condições médicas. O GLOBO procurou o STF e aguarda retorno sobre a situação.
Medidas cautelares impostas
A decisão de Moraes pela soltura impõe medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e comparecimento em juízo semanal. O descumprimento destas medidas poderá resultar em nova decretação de prisão. O juiz destacou que não há elementos que justifiquem a manutenção da prisão, considerando a necessidade de compatibilizar a Justiça Penal com o direito à liberdade.
Contexto dos atos golpistas
Alexsandra, conhecida como Leca, vivia precariamente e cuidava de nove cachorros, tendo enfrentado dificuldades após o fim de seu casamento. Ela estava em Brasília no dia 9 de janeiro de 2023, devido a um atraso causado pelo ônibus que quebrou. A detida havia deixado o presídio em março, mas foi reencarcerada em julho por descumprimentos das medidas cautelares.