Impactos da crise do metanol afetam consumo de bebidas
As vendas da Ambev caíram devido à crise do metanol, com queda significativa no consumo de bebidas alcoólicas.
As vendas da Ambev (ABEV3) enfrentam um cenário desafiador nas últimas semanas, especialmente após o aumento de casos de intoxicação por metanol registrados em diferentes regiões do país desde o fim de setembro. O consumo de bebidas alcoólicas sofreu um impacto direto, levando a empresa a uma situação de cautela.
Queda nas vendas e impacto do metanol
Dados divulgados pela Cielo mostram que o movimento em bares caiu 13% entre 29 de setembro e 5 de outubro, na comparação anual. Em lojas de conveniência, a queda foi de 8%, enquanto os restaurantes apresentaram uma redução de 1%. Essa situação se agrava com a confirmação, pelo Ministério da Saúde, de 24 casos de envenenamento por bebidas adulteradas, sendo cinco deles fatais. As autoridades recomendam evitar o consumo de álcool até que a origem da contaminação seja esclarecida.
Previsões do Goldman Sachs
Os analistas do Goldman Sachs avaliam que essa crise pode impactar o desempenho da Ambev, que divulgará seus resultados no dia 30 deste mês. O banco manteve a recomendação de venda para as ações da empresa, com um preço-alvo de R$ 10,10 para os papéis locais (ABEV3) e US$ 1,90 para o recibo negociado em Nova York (ADR), prevendo uma queda entre 12% e 15% em relação às cotações atuais.
Fatores que podem influenciar o mercado
Apesar de uma boa geração de caixa e dividendos atraentes, as margens da Ambev estão pressionadas e o avanço da receita deve ser limitado no curto prazo. Fatores como um pagamento maior de dividendos, a recuperação da marca Skol, a valorização do real e a redução de custos podem contribuir para uma recuperação. Além disso, um ambiente econômico mais favorável na Argentina, um dos mercados-chave da companhia, também pode influenciar positivamente os resultados futuros.