A companhia passa por reestruturação em meio a crise e procura aprimorar suas práticas de gestão.
Ambipar confirma a demissão de 35 diretores após identificar falhas graves em suas práticas de governança.
Ambipar demite 35 diretores por falhas em governança
Na noite da última segunda-feira (1º), a Ambipar (AMBP3) confirmou a demissão de 35 diretores e gestores, após identificar falhas graves na execução das melhores práticas de governança e gestão de riscos. Este movimento ocorre em um contexto de reestruturação da companhia, que busca estabilizar sua situação financeira após ter pedido proteção contra credores em setembro, antecedendo um processo de recuperação judicial.
O comunicado da Ambipar foi uma resposta a questionamentos da B3, que havia solicitado evidências sobre a efetividade dos mecanismos de controle e fiscalização da empresa. O pedido de medida cautelar e as inconsistências reportadas na mídia sobre a governança da Ambipar motivaram uma análise mais aprofundada. Uma reportagem do Valor Econômico havia revelado que alguns diretores já tinham sido demitidos antes do pedido de proteção, acentuando a crise de confiança na gestão da empresa.
Ao revisar sua política de gerenciamento de riscos, a Ambipar identificou as irregularidades através de monitoramento contínuo e avaliações periódicas. Essa análise resultou em um desligamento quase completo da área responsável pelos controles internos, incluindo a demissão de diretores globais e gestores-chave. De acordo com a empresa, as demissões afetaram diversas áreas, como o departamento jurídico, recursos humanos, tributário, financeiro, relações com investidores, integração e controladoria corporativa.
O ex-diretor financeiro, João de Arruda, foi apontado como o responsável pela deterioração financeira que levou à crise atual. A Ambipar agora se encontra em um momento crítico de reconstrução, implementando um conjunto de mudanças que visam criar uma governança mais enxuta e eficiente, alinhada às necessidades reais da companhia. Essas transformações são vistas como essenciais, dado o crescimento acelerado da empresa durante o período de intensa aquisição de ativos.
A Ambipar se comprometeu a concluir a implementação dessas mudanças até fevereiro de 2026. Em comunicado, ressaltou seu compromisso com a melhoria contínua de suas estruturas de governança, fiscalização e controles internos, seguindo as normas do Novo Mercado e as melhores práticas de mercado. De acordo com a empresa, essas ações são fundamentais para restaurar a confiança entre investidores e demais stakeholders.
Apesar dos esforços, a Ambipar não se manifestou adicionalmente quando procurada por veículos de comunicação, optando por manter sigilo sobre detalhes específicos de sua reestruturação. No entanto, a expectativa é que com a nova abordagem, a companhia consiga retomar um caminho de crescimento sustentável e recuperar sua legitimidade no mercado.
À medida que a Ambipar trabalha para se reerguer, o cenário econômico e os investimentos na área continuam sob vigilância, com investidores atentos às mudanças que poderão impactar o futuro da empresa.
Fonte: www.moneytimes.com.br
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