O cenário de tensões entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo, reacendendo o debate sobre a possibilidade de sanções econômicas mais severas. No programa “O Grande Debate” da CNN Brasil, o comentarista José Eduardo Cardozo e o empresário Alexis Fonteyne analisaram os riscos e as possíveis consequências para o país. O debate surge em um momento de crescente tensão diplomática, marcado pela recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e críticas da embaixada americana ao ministro Alexandre de Moraes.
Cardozo alertou que a imprevisibilidade do governo Trump aumenta a preocupação. “Podemos esperar qualquer coisa de Donald Trump. Donald Trump, efetivamente, tem um projeto geopolítico”, afirmou, sugerindo que o Brasil pode ser alvo de novas medidas restritivas. O comentarista ressaltou a importância de estar atento às ações do governo americano, considerando o histórico de decisões controversas e o estilo de liderança do ex-presidente.
Em contrapartida, Fonteyne minimizou a influência de figuras políticas brasileiras nas decisões americanas, rebatendo acusações de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro estaria por trás das tarifas. “O Eduardo Bolsonaro não tem poder pra chegar nos Estados Unidos e falar ‘impõe uma tarifa de 50% ao Brasil, vamos destruir o Brasil’. Isso é uma bobagem, uma nova narrativa da esquerda”, argumentou. Ele defendeu que sanções econômicas são contraproducentes e alimentam discursos anti-imperialistas.
O empresário também criticou a eficácia de sanções como as impostas a Cuba e Venezuela, argumentando que elas não alcançam os resultados desejados e, ao invés disso, fortalecem narrativas de opressão externa. Fonteyne enfatizou a importância de uma análise criteriosa da situação, evitando simplificações e buscando compreender as complexas dinâmicas geopolíticas em jogo.
A discussão em “O Grande Debate” expôs diferentes perspectivas sobre o futuro das relações Brasil-EUA. Enquanto alguns temem o agravamento das tensões e a imposição de novas sanções, outros minimizam os riscos e alertam para os efeitos negativos de medidas restritivas. O debate continua aberto, com o futuro das relações bilaterais incerto e dependente de diversos fatores políticos e econômicos.