Análise do mercado: XP Asset vê oportunidades em meio à cautela

Em setembro, a bolsa brasileira manteve um desempenho neutro, conforme relatado por Milton Sullyvan da XP Asset. O gestor notou uma performance marginalmente negativa nos fundos da casa em comparação à média do mercado, resultado de uma carteira mais exposta ao risco. Apesar do otimismo em relação à curva de juros, há sinais de desaceleração em diversas empresas. A XP vê oportunidades específicas, especialmente no setor de energia e educação, mas alerta para os riscos no setor de consumo e varejo.

A bolsa brasileira apresentou desempenho neutro em setembro, com a XP Asset destacando oportunidades específicas após a correção de preços.

Análise do mercado

Em setembro, a bolsa brasileira apresentou desempenho neutro, refletindo o comportamento do Ibovespa. O gestor de renda variável da XP Asset, Milton Sullyvan, comentou que os fundos da casa tiveram uma performance ligeiramente negativa em relação ao restante da indústria, devido a uma carteira com maior exposição ao risco. Ele argumentou que a equipe decidiu elevar o nível de caixa dos fundos em resposta à recente recuperação do índice e à percepção de que algumas ações estavam com preços elevados.

Oportunidades no mercado

Sullyvan destacou que, apesar do otimismo em relação à curva de juros, tanto no Brasil quanto no exterior, há sinais de desaceleração em várias companhias. No entanto, a XP vê oportunidades específicas, principalmente após a recente correção de preços. O gestor enfatizou que o momento atual requer ajustes finos no portfólio em vez de grandes movimentos. Entre os setores que se destacaram positivamente em setembro, Sullyvan mencionou a energia, citando Eletrobras (ELET3; ELET6) e Eneva (ENEV4) como exemplos de ações que se beneficiaram da alta no preço da energia.

Desempenho de ações

O gestor também elogiou a performance da Cogna (CSAN3), uma das principais apostas da XP no setor educacional, afirmando que a gestora continua otimista com a empresa, mesmo após uma forte valorização ao longo do ano. Segundo Sullyvan, o mercado ainda não está valorizando adequadamente o setor, pois as companhias estão apresentando crescimento, enquanto o mercado as precifica como se estivessem em declínio. Ele acrescentou que a captação está forte e que iniciativas como o programa Mais Médicos podem trazer revisões positivas.

Desafios no setor de consumo

Por outro lado, Sullyvan apontou o desempenho negativo em ações do setor de consumo e varejo, como Hypera (HYPE3), Vivara (VIVA3) e Azzas (AZZA3). Ele observou que, no caso da Hypera, não houve novidades operacionais que atraíssem compradores no curto prazo. No caso da Azzas, o gestor mencionou uma comunicação negativa com o mercado, aumentando os riscos e comprometendo as bases comparáveis após a fusão, o que eleva a volatilidade das ações.

A XP também ajustou suas posições em bancos, reduzindo ou zerando investimentos em Itaú (ITUB4) e Santander (SANB3). Sullyvan afirmou que essas posições menores servem para testar teses e que, ao não perceber potencial, a decisão é zerar as posições.

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