Entenda os desafios enfrentados nas tratativas de paz
As negociações de paz entre Ucrânia e Rússia avançam, mas desafios permanecem.
As negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia estão passando por um momento crítico, com avanços notáveis, mas obstáculos significativos ainda à frente. Após uma série de reuniões recentes em Berlim, autoridades ucranianas e norte-americanas relataram progressos reais nas tratativas, especialmente no que diz respeito à construção de garantias de segurança para Kiev. No entanto, divergências centrais continuam a impedir um fechamento definitivo do acordo.
O contexto das negociações
A mediação das conversas tem sido liderada pelos Estados Unidos, que propuseram um plano que promete garantir a segurança da Ucrânia sem a necessidade de sua adesão formal à Otan. O presidente Volodymyr Zelensky sinalizou uma concessão ao abrir mão do objetivo de ingressar na aliança militar, em troca de compromissos juridicamente vinculantes dos EUA e aliados europeus. Essa mudança é vista como uma estratégia para destravar as negociações, embora a Ucrânia mantenha uma linha vermelha clara: não cederá os territórios ocupados pela Rússia desde o início da invasão, em 2022.
Enquanto isso, a Rússia continua a exigir o reconhecimento da perda de áreas do Donbass e insiste que a Ucrânia deve se comprometer com uma neutralidade permanente e desmilitarização. O presidente Vladimir Putin reafirmou sua posição firme em relação às exigências territoriais, mesmo sob pressão internacional por um cessar-fogo.
Desafios e tensões internas
Outro fator que complica as negociações são os desafios políticos internos na Ucrânia. Putin questiona a legitimidade de Zelensky, cuja administração se tornou controversa devido à vigência da lei marcial. Sob pressão de Washington, Zelensky indicou que estaria disposto a convocar eleições, contanto que houvesse garantias de segurança. Moscou, por sua vez, condicionou uma possível suspensão de ataques no dia da votação à participação de ucranianos que residem na Rússia.
Em uma entrevista à Metrópoles, representantes da embaixada da Ucrânia no Brasil comentaram sobre o andamento das negociações e os principais obstáculos. A delegação ucraniana, liderada pelo Secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Rustem Umerov, está atualmente em Miami, EUA, participando das discussões com parceiros europeus e americanos.
O que está em jogo?
A questão dos territórios continua sendo o principal ponto de impasse. A liderança russa tem feito declarações que indicam um desejo de prolongar o conflito, e qualquer ultimato relacionado à rendição de parte do território da região de Donetsk é considerado inaceitável pela Ucrânia. A recente declaração de Putin sobre continuar a luta se suas exigências não forem atendidas levanta preocupações sobre as consequências para os civis que ainda habitam essas áreas.
Com mais de 200 mil ucranianos vivendo atualmente na região de Donetsk, incluindo muitos idosos e crianças, a insistência de Putin em manter suas exigências territoriais pode levar a uma nova onda de deslocados e devastação nas cidades que estão sob risco de ocupação militar.
O futuro das negociações
As chances de que a Ucrânia ceda quaisquer de seus territórios são extremamente baixas, conforme reforçado pela Constituição do país. O Artigo 2 afirma que o território da Ucrânia é íntegro e inviolável, enquanto o Artigo 73 determina que questões de alteração territorial devem ser decididas por referendo nacional. Essa posição sólida reflete a determinação da Ucrânia em manter sua soberania e integridade territorial.
Com o cenário internacional em constante mudança e a pressão crescente por uma solução pacífica, as negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia permanecem um campo de batalha não apenas militar, mas também diplomático. A comunidade internacional observa atentamente, ciente de que o futuro da paz na região depende não apenas das negociações, mas também da vontade política de ambos os lados.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: m colorida mostra o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky



