Estudo inédito investiga como a floresta reagirá ao aumento de gás carbônico
Projeto AmazonFACE investe para entender como a Amazônia reagirá às mudanças climáticas.
Anéis de CO₂ na Amazônia: uma pesquisa inovadora
O projeto AmazonFACE tem como objetivo compreender como a floresta Amazônica responderá ao aumento da concentração de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera. Esta pesquisa, em colaboração entre os governos brasileiro e britânico, conta com um investimento superior a R$120 milhões. O estudo se destaca por ser o maior experimento climático do mundo, empregando um conjunto de torres com seis anéis de enriquecimento de CO₂, cada um com 30 metros de diâmetro.
Objetivos do programa AmazonFACE
Esses anéis têm a capacidade de simular os efeitos das emissões de gases de efeito estufa, permitindo a análise de como o ecossistema brasileiro poderá ser afetado. A pesquisa visa produzir dados que embasem políticas públicas, aprimorem modelos climáticos e apontem caminhos de adaptação para a Amazônia.
Os primeiros resultados já foram divulgados e revelaram informações importantes sobre a limitação nutricional das plantas, a biodiversidade do local, o uso humano da floresta e os custos socioeconômicos relacionados à crise climática. Esses dados são cruciais, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta desafios climáticos sem precedentes.
Impacto socioeconômico e biodiversidade
O AmazonFACE não se limita a estudar apenas as plantas, mas também investiga a relação entre a concentração elevada de CO₂ e as mudanças climáticas sobre a biodiversidade da floresta e seus ecossistemas. A área de pesquisa identificou 423 espécies de árvores, das quais cerca de 260 são utilizadas de alguma forma pelas comunidades locais, seja como alimento, medicamento ou para fins econômicos.
As descobertas iniciais indicam que os componentes mais dinâmicos da floresta, como folhas e raízes, podem responder mais rapidamente ao aumento de gases do que estruturas mais lentas, como troncos. Essa informação é vital para entender a resiliência da floresta diante das mudanças climáticas.
Custos associados e limites do ecossistema
Além de estudar a biodiversidade, o programa AmazonFACE também realizou uma estimativa dos custos socioeconômicos relacionados à ultrapassagem do ponto de não retorno da Amazônia, com um valor alarmante de US$ 7 trilhões ao longo de 30 anos. Essa cifra destaca a urgência de ações efetivas para proteger a floresta, que desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global.
Por fim, a pesquisa apontou que a produtividade das plantas pode ser limitada pela baixa disponibilidade de fósforo no solo, um fator que merece atenção especial nas políticas de conservação e manejo da Amazônia.
O AmazonFACE, portanto, se apresenta como um projeto essencial não apenas para o Brasil, mas para o mundo, ao buscar respostas sobre como a maior floresta tropical do planeta reagirá às mudanças climáticas, moldando o futuro do nosso clima e da biodiversidade global.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br