A tramitação do projeto de lei da anistia enfrenta um momento crítico no Congresso Nacional. Diante da indefinição sobre o apoio necessário, tanto a base governista liderada pelo presidente Lula, quanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, intensificaram a contagem de votos para avaliar as chances de aprovação ou derrubada da proposta. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, articulador central do projeto, também realizou um levantamento para aferir o apoio entre os deputados.

O levantamento do PL, ao qual o Metrópoles teve acesso, aponta para 282 votos favoráveis ao projeto, superando o quórum mínimo de 257 votos necessários para aprovação na Câmara. No entanto, a base governista, sob a liderança da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tem intensificado as articulações para enfraquecer o apoio à anistia, buscando reverter a tendência no plenário.

Hugo Motta tem buscado uma postura de cautela, evitando se posicionar de forma contundente sobre o tema. Segundo fontes, o presidente da Câmara busca encerrar a discussão o mais breve possível, diante da crescente pressão da oposição e do centrão, que consideram o debate prejudicial ao andamento de outras pautas legislativas. “Motta é resistente ao projeto por entender que contamina o debate legislativo”, afirmam integrantes do centrão.

A discussão sobre a anistia ganhou novo fôlego nas semanas finais do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A oposição, liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, busca garantir a aprovação do projeto. A recente condenação de Bolsonaro pelo STF intensificou a pressão sobre Motta, e uma reunião de líderes foi agendada para esta terça-feira (16/9) para debater o tema.