Deputado destaca que projeto de lei não inclui anistia ao ex-presidente

Paulinho da Força afirma que anistia para Bolsonaro não será contemplada no PL da Dosimetria.

Anistia para Bolsonaro está fora de questão, declara Paulinho da Força

Nesta segunda-feira, 8 de dezembro, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) reafirmou que a proposta do Projeto de Lei da Dosimetria não contempla, em nenhum de seus aspectos, a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa declaração surge em meio a um debate intenso sobre a possibilidade de Bolsonaro concorrer novamente à Presidência da República no próximo ano, o que está atrelado à condição imposta por Flávio Bolsonaro, seu filho, que atualmente é pré-candidato.

Paulinho da Força enfatizou: “Anistia para Bolsonaro está fora de questão”. Ele ainda explicou que, embora seu projeto inclua modificações na pena de Bolsonaro — reduzindo-a de 27 anos e 3 meses para 2 anos e 4 meses — isso não resolve o dilema que envolve o ex-presidente: “Quer benefício maior que esse?”.

Flávio Bolsonaro havia declarado, em uma entrevista recente, que retiraria sua pré-candidatura caso não houvesse o que ele chamou de justiça para seu pai. Ele se referiu à liberdade de Jair Bolsonaro, que está condenado por sua suposta liderança em eventos antidemocráticos no Brasil. Flávio disse: “Meu preço é justiça. E não é só justiça comigo, é justiça com quase 60 milhões de brasileiros”.

A relação entre a pré-candidatura de Flávio e a anistia

O debate sobre anistia tornou-se um tema central nas discussões sobre as eleições de 2026, com Flávio Bolsonaro claramente apontando que sua desistência da corrida presidencial está relacionada à soltura de seu pai. Ele descreveu a situação de Bolsonaro, que considera “um cativo”, e deixou claro que sua campanha se dedica a representar uma parte significativa da população que, segundo ele, está cansada de desmandos políticos.

Paulinho da Força também ressaltou que mesmo que a proposta do PL avance na Câmara dos Deputados, ele não acredita que terá sustentação no Senado, evidenciando a complexidade do cenário político atual. No último fim de semana, Flávio Bolsonaro apresentou suas condições para abrir mão de sua candidatura, enfatizando a urgência de uma votação que garantisse a anistia e a liberdade de seu pai, que atualmente enfrenta uma longa pena.

O impacto da aprovação do projeto de lei

O Projeto de Lei da Dosimetria, que foi debatido na Câmara, recebeu apoio suficiente para que a urgência de sua votação fosse aprovada. Com um placar de 311 votos a favor e 163 contra, a proposta está direcionada principalmente a beneficiar aqueles que participaram das manifestações desde o segundo turno das eleições de 2022. Isso inclui os condenados pelos atos ocorridos em 8 de janeiro, que são vistos por muitos como uma tentativa de golpe contra a democracia.

Essa proposta, embora avance, pode não ser a solução que Flávio Bolsonaro busca. As mais recentes pesquisas, como a Datafolha, mostram uma lentidão na adesão popular a uma candidatura dele, especialmente diante da forte competição com o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Num cenário estimulado de segundo turno, Lula aparece com 51% contra 36% de Flávio.

A escolha do candidato para o PL e suas implicações

A escolha de Flávio como potencial candidato do PL nas futuras eleições foi recebida com descontentamento por diversos líderes partidários, que esperavam uma opção mais viável e pragmática, como a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Entretanto, para aqueles que fazem parte do governo Lula, a movimentação é vista como uma oportunidade de manter a polarização com o bolsonarismo, que ainda detém apoio considerável entre os eleitores.

A situação continua a evoluir e, com o avanço do projeto e as declarações de figuras políticas, o futuro da anistia e a posição de Bolsonaro nas eleições de 2026 permanecem incertos. A pressão política sobre Paulinho da Força e o impacto de suas decisões serão cruciais nos próximos meses.