Reflexões sobre a necessidade de parar e permitir-se ficar entediado em uma sociedade hiperconectada.
O apagão em São Paulo gerou um momento de reflexão sobre a importância do tédio e da criatividade em um mundo que exige produtividade constante.
Recentemente, São Paulo enfrentou um apagão que interrompeu a rotina frenética de muitos. Nesse contexto, surge uma reflexão importante: como lidamos com o tédio? A psicóloga Sandi Mann, em seu livro “A Ciência do Tédio”, aponta que a mente humana precisa de momentos de pausa para fomentar a criatividade. Infelizmente, nossa sociedade muitas vezes vê o tédio como um sinal de preguiça ou ineficiência.
Entenda o Contexto
O apagão trouxe à tona a necessidade de pensar sobre o que significa ficar entediado. Em um mundo dominado por smartphones e pela hiperconectividade, a ideia de não fazer nada pode causar ansiedade. O tédio é, de fato, uma experiência desagradável que se manifesta quando queremos nos envolver em atividades satisfatórias, mas não conseguimos. O especialista John Eastwood descreve essa condição como um sintoma de nossa incapacidade de nos distrair de maneira saudável.
A vida moderna nos impõe uma pressão constante para sermos produtivos. As atividades comuns que realizamos para evitar o tédio, como assistir a séries ou navegar nas redes sociais, dependem muitas vezes da tecnologia. Assim, quando somos forçados a ficar sem eletricidade, somos confrontados com um vazio que muitos não sabem como preencher. Pintar, fazer artesanato, ou simplesmente conversar com outros parecem atividades esquecidas em meio à correria do dia a dia.
Detalhes
Durante o apagão, muitos se viram sem as tradicionais fontes de entretenimento e lazer. A falta de internet e eletricidade fez com que as pessoas buscassem alternativas que muitas vezes não são consideradas em uma rotina diária agitada. Esse momento de pausa se transforma em uma oportunidade para redescobrir a importância do tédio, que, segundo Mann, pode ser um catalisador para a criatividade. No entanto, a ansiedade gerada pela sensação de não estar fazendo nada impede que muitos aproveitem essa oportunidade.
A culpa por não estar sempre ativo é uma construção cultural que se intensifica com a era digital. As redes sociais criaram uma dinâmica onde o valor de uma experiência está atrelado à sua divulgação. Se não compartilhamos o que fizemos, parece que não aconteceu. Portanto, a relação entre viver e mostrar que se vive tornou-se tóxica, reforçando a ideia de que devemos estar sempre ocupados e produtivos.
Repercussão e Expectativa
As reações ao apagão foram diversas. Enquanto muitos sentiram-se frustrados pela falta de eletricidade, outros aproveitaram para refletir sobre seus hábitos e a pressão social pela produtividade. O questionamento sobre como preencher esse tempo livre leva a uma nova percepção: talvez seja hora de reavaliar nossas prioridades e permitir que momentos de tédio sirvam como um espaço para a criatividade emergir.
No futuro, esperar-se-á que essa experiência possa levar a uma mudança na forma como encaramos o tempo ocioso. Ao invés de temer o tédio, que possamos aceitá-lo como uma parte essencial da vida que pode nos ajudar a nos conectar com nós mesmos e com os outros de maneira mais significativa. O desafio agora é aprender a desacelerar em um mundo que não para de correr.
Fonte: www.purepeople.com.br
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