Decisão do Senado coloca Lula em posição decisiva para o ex-presidente.
Senado aprova projeto de lei da dosimetria que pode reduzir pena de Jair Bolsonaro, colocando futuro do ex-presidente nas mãos de Lula.
A recente aprovação do projeto de lei da dosimetria pelo Senado, ocorrida na noite de quarta-feira (17/12), gera um novo cenário no campo político brasileiro, especialmente para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O resultado de 48 votos a favor e 25 contra foi celebrado por aliados de Bolsonaro, uma vez que pode resultar na redução de sua pena, atualmente fixada em 27 anos e 3 meses, para um período que pode chegar a apenas 2 anos e 4 meses.
O impacto da dosimetria
O relator do projeto, senador Esperidião Amin (PP-SC), justificou que a proposta é restrita apenas aos envolvidos em atos antidemocráticos, mas críticos do governo veem isso como uma forma de beneficiar diretamente Bolsonaro. O ex-presidente, que está detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, pode ver sua prisão reduzida, o que é um tema de grande controvérsia no ambiente político atual.
A resposta de Lula
O presidente Lula, que já expressou publicamente seu descontentamento com o projeto, afirmou que tomará a decisão sobre a sanção ou veto do projeto assim que este chegar à sua mesa. Ele deixou claro que considera fundamental que Bolsonaro pague pela tentativa de golpe e destruição da democracia. Lula declarou: “Eu farei aquilo que eu entender o que deve ser feito, porque ele [Bolsonaro] tem que pagar pela tentativa de golpe.”
Reações e próximos passos
Após a votação, líderes de partidos da base de Lula protocolaram um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando vícios formais no processo legislativo e que o projeto deveria retornar à Câmara dos Deputados. Essa estratégia visa bloquear a tramitação da dosimetria, que muitos consideram uma forma de anistia disfarçada.
Conflito interno no governo
A aprovação do projeto foi vista como uma grande derrota para o governo, com descontentamento entre líderes de partidos que fazem parte da base aliada. A articulação para a votação foi criticada por vários senadores, que alegaram que houve falta de transparência nas negociações. Renan Calheiros (MDB-AL) e Otto Alencar (PSD-BA) expressaram sua indignação com a forma como a votação foi conduzida, sugerindo que foi um presente aos “golpistas”.
O futuro da dosimetria
A proposta agora segue para sanção presidencial, e a expectativa é que Lula se posicione contra a medida. A dinâmica entre o governo e o Legislativo continua tensa, com a aprovação do projeto da dosimetria sendo vista como um novo capítulo na relação entre Lula e Bolsonaro. Enquanto isso, o impacto desta decisão na política brasileira e na imagem de Lula como presidente será amplamente debatido, especialmente no contexto das eleições futuras.



