Estudo revela falhas nas Unidades de Conservação e seus impactos.
Estudo aponta que áreas de proteção marinha no Brasil não estão garantindo a segurança de golfinhos e baleias.
A pressão sobre o oceano
O oceano enfrenta crescentes pressões devido às atividades humanas que vão desde o transporte marítimo até a exploração de petróleo. Essas ações acumulativas têm gerado impactos severos na fauna marinha, ameaçando a biodiversidade global. Para proteger esses ecossistemas, as Unidades de Conservação marinhas são uma ferramenta essencial, mas será que estão cumprindo seu propósito?
O estudo sobre golfinhos e baleias
Um estudo recente, liderado por pesquisadores da UFRJ e da Florida International University, analisou a eficácia das áreas de proteção marinha no Brasil, focando na baleia-de-bryde e no golfinho-nariz-de-garrafa. Os resultados, publicados na revista Marine Pollution Bulletin, revelaram que as áreas mais críticas para a sobrevivência dessas espécies são também as mais ameaçadas.
Análise das áreas de proteção
Os pesquisadores utilizaram modelos de distribuição de espécies para mapear as preferências de habitat desses animais. A pesquisa mostrou que as regiões costeiras do sudeste do Brasil, ricas em nutrientes e biodiversidade, coincidem com áreas de intensa atividade econômica, como exploração de petróleo. Essa sobreposição levanta questões sobre a eficácia das Unidades de Conservação estabelecidas.
Qualidade da proteção
Embora o Brasil tenha expandido sua rede de áreas protegidas, a qualidade dessa proteção é questionável. Na maioria dos casos, as Unidades de Conservação marinhas estão localizadas em regiões que não abrangem as áreas mais vulneráveis às ameaças humanas. Além disso, as pesquisas indicam que muitas dessas áreas permitem atividades que não são compatíveis com a conservação da biodiversidade.
Conflitos com atividades humanas
Os riscos para golfinhos e baleias são alarmantes. O tráfego intenso de embarcações e os ruídos da exploração de petróleo interferem na comunicação e na navegação desses animais, aumentando o risco de colisões e captura acidental em redes de pesca. A poluição também compromete a saúde marinha, afetando o sistema imunológico das espécies.
Um chamado à ação
Os resultados desse estudo servem como um alerta para a necessidade urgente de revisão das estratégias de conservação no Brasil. A criação de Unidades de Conservação é insuficiente se estas não estão localizadas nos lugares certos. É preciso implementar ações de manejo que reduzam os conflitos entre a proteção da biodiversidade e as atividades econômicas. A conservação efetiva requer um equilíbrio delicado, mas essencial, para a sobrevivência dessas espécies ameaçadas.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Julio Cardoso/Projeto Baleia à Vista