Ex-presidente do Banco Central aponta problemas na gestão da dívida pública
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, classifica a política fiscal brasileira como 'suicida' e critica os altos juros.
Em Brasília, nesta segunda-feira (6), Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, expressou sérias preocupações sobre a dinâmica da dívida pública brasileira, chamando a política fiscal de “suicida”. As declarações foram feitas durante um evento da Fundação FHC, ao lado do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo.
A crítica à política fiscal
Fraga enfatizou que a política fiscal gera um prêmio de risco nos investimentos, o que impacta diretamente nas taxas de juros. Segundo ele, as isenções tributárias propostas pelo governo apenas aumentam essa percepção de risco, dificultando a recuperação econômica. O economista alertou que, sem uma mudança significativa na política fiscal, o Banco Central não conseguirá estabilizar a economia de forma independente.
A resposta do Banco Central
Galípolo, por sua vez, comparou a política de juros a um tratamento médico, onde a instituição deve ser gradual em suas intervenções. Ele ressaltou que a inflação permanece acima da meta em todas as projeções do Boletim Focus, com uma expectativa de 4,8% para 2025, ainda distante do objetivo de 3% estabelecido pelo governo.
Conclusão
A discussão entre os economistas destaca a urgência de uma reformulação na política fiscal brasileira, a fim de reduzir os juros e estabilizar a economia. Os desafios são complexos, mas a necessidade de um novo direcionamento é clara.