Asfura é declarado presidente de Honduras após eleições conturbadas

Marvin Recinos/AFP/Getty Images

O candidato apoiado por Trump venceu com margem apertada em meio a acusações de fraude.

Nasry Asfura é declarado presidente de Honduras após eleição marcada por acusações de fraude e interferência dos EUA.

Nasry Asfura é declarado presidente de Honduras após uma eleição que gerou polêmica e críticas. O resultado, anunciado com uma margem de apenas 28 mil votos, foi marcado por alegações de fraude e interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Um cenário eleitoral conturbado

O evento eleitoral, realizado em 30 de novembro, foi cercado de desconfiança. Asfura, que obteve 40,27% dos votos, enfrentou Salvador Nasralla, que recebeu 39,53%. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Asfura como vencedor antes de concluir a revisão das cédulas, o que gerou protestos de candidatos derrotados e da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Asfura, um magnata da construção de 67 anos e ex-prefeito de Tegucigalpa, rapidamente se autoproclamou presidente eleito, afirmando que estava pronto para governar. No entanto, Nasralla contestou o resultado, alegando que houve manipulação nos documentos de contagem e que os dados originais foram alterados.

A interferência dos EUA e suas consequências

A situação se complicou ainda mais com a intervenção de Donald Trump, que, dias antes da eleição, declarou seu apoio a Asfura, insinuando que o apoio dos EUA ao próximo governo dependeria da vitória do candidato direitista. Além disso, Trump anunciou um perdão ao ex-presidente hondurenho, aliado de Asfura, Juan Orlando Hernández, condenado por tráfico de drogas.

Após a declaração do resultado, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, parabenizou Asfura, destacando que a vontade do povo hondurenho foi expressa nas urnas. Essa declaração reforçou a percepção de que a política norte-americana está profundamente entrelaçada com as eleições na América Central, o que pode ter implicações duradouras para a região.

Implicações futuras e desafios

Com a declaração de Asfura, o CNE reafirmou que ele assumirá a presidência em 27 de janeiro de 2026, mas as tensões políticas continuam a crescer. O representante do partido de Xiomara Castro, atual presidente, não reconheceu o resultado e alegou um “golpe eleitoral”, o que levanta a possibilidade de um desafio judicial ao resultado.

Este cenário reflete não apenas a instabilidade política em Honduras, mas também as complexas dinâmicas de poder que envolvem a influência externa nas eleições da América Latina. O próximo governo de Asfura enfrentará desafios significativos, incluindo a necessidade de restaurar a confiança nas instituições democráticas e lidar com a desconfiança generalizada entre os eleitores.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: Marvin Recinos/AFP/Getty Images

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