Asteroide 2025 PN7: novo companheiro orbital da Terra até 2083

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Descoberta revela asteroide que se comporta como quasi-lua e oferece dados valiosos para a astronomia

O asteroide 2025 PN7, descoberto em agosto de 2025, se torna uma quasi-lua da Terra, orbitando em sincronia com o planeta.

Astrônomos identificaram um novo companheiro orbital para a Terra, o asteroide 2025 PN7, descoberto em agosto de 2025 pelo observatório Pan-STARRS, no Havaí. O objeto, de cerca de 19 metros de diâmetro, mantém uma trajetória sincronizada com o planeta ao redor do Sol, configurando-se como uma quasi-lua. Essa condição ocorre porque o asteroide completa uma órbita solar no mesmo período da Terra, cerca de 365 dias, sem estar gravitacionalmente preso ao planeta. A detecção recente revelou que ele já seguia essa dinâmica há pelo menos 60 anos, desde meados da década de 1960.

O fenômeno não altera a estrutura do Sistema Solar, mas oferece dados valiosos para estudos sobre objetos próximos à Terra. Pertence ao grupo Arjuna, com mais de 100 asteroides conhecidos em órbitas semelhantes à terrestre. Não cruza a órbita da Terra, diferentemente de outros grupos como os Apolo. Influenciado levemente pela gravidade do Sol e de planetas vizinhos, como Vênus e Marte.

O Pan-STARRS, instalado no vulcão Haleakala, flagrou o asteroide em 2 de agosto de 2025 durante um levantamento rotineiro de objetos próximos à Terra. Imagens de arquivo confirmaram sua presença desde 2014, mas sua fraca luminosidade, com magnitude absoluta de 26,4, dificultou observações anteriores. Astrônomos espanhóis Carlos e Raúl de la Fuente Marcos analisaram a trajetória e publicaram os achados em setembro na Research Notes of the American Astronomical Society.

A identificação destacou a importância de telescópios de alta precisão para mapear asteroides pequenos, que representam a maioria dos mais de 30 mil objetos próximos à Terra catalogados. O asteroide 2025 PN7 opera em ressonância 1:1 com a Terra, o que significa que ambos percorrem o mesmo caminho ao redor do Sol em ritmos idênticos. Essa sincronia cria a ilusão de que ele orbita o planeta, embora na realidade siga uma elipse independente com eixo semi-maior de 1,003 unidades astronômicas. A excentricidade orbital de 0,108 e inclinação de 2 graus o classificam como de baixa excentricidade e inclinação, típico do grupo Arjuna.

Durante seu ciclo, o objeto se aproxima da Terra a no mínimo 299 mil quilômetros, distância equivalente à média entre o planeta e a Lua, e se afasta até 17 milhões de quilômetros. Essa variação ocorre devido a perturbações gravitacionais do Sol, que mantêm a estabilidade da configuração por décadas. Simulações indicam que a transição para o estado de quasi-satélite ocorreu por volta de 1965, com permanência estimada em 128 anos no total.

O grupo Arjuna forma um cinturão secundário de asteroides com órbitas quase circulares e próximas à da Terra, sem risco de colisão. O 2025 PN7 integra essa família, que inclui corpos rochosos originários do cinturão principal entre Marte e Júpiter. Atualmente, sete quasi-satélites da Terra são confirmados, todos temporários e não gravitacionalmente vinculados. 164207 Cardea: Detectado em 2004, permanece em ressonância há décadas. 469219 Kamo’oalewa: Possível fragmento lunar, alvo de missão chinesa em 2027. 277810 (2006 FV35): Órbita instável, monitorado desde 2006. Esses objetos servem como laboratórios naturais para entender dinâmicas orbitais.

O 2025 PN7 difere de mini-luas, como o 2024 PT5, que orbitam o planeta por meses sob influência gravitacional direta. Telescópios amadores não detectam o 2025 PN7 devido ao seu tamanho reduzido e baixa refletividade, mas equipamentos profissionais captam sua assinatura espectral fraca. Estimativas apontam para uma composição rochosa, semelhante a asteroides do tipo S, ricos em silicatos e metais. Análises iniciais sugerem albedo baixo, o que explica sua invisibilidade prévia, e massa aproximada de 20 mil toneladas.

Mais observações, previstas para os próximos meses, refinarão dados sobre rotação e possíveis impactos passados em sua superfície. Projeções orbitais preveem que o asteroide saia da configuração de quasi-satélite em 2083, retornando a uma órbita em ferradura, onde precede ou segue a Terra em ângulos amplos. Essa mudança resulta de interações cumulativas com a gravidade solar, sem interferência humana necessária. A Nasa e o Observatório Nacional monitoram o objeto para atualizar modelos de risco, embora ele não represente ameaça. Descobertas como essa impulsionam programas de vigilância, como o da Agência Espacial Europeia, que rastreia NEOs para missões de defesa planetária.

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