Novo cometa é distinto do objeto interestelar 3I/ATLAS
Astrônomo Gennady Borisov descobre o cometa C/2025 V1 e nega ligação com 3I/ATLAS.
Astrônomo Gennady Borisov identifica C/2025 V1 Borisov
O astrônomo Gennady Borisov identificou o cometa C/2025 V1 em 2 de novembro de 2025, na Crimeia. Essa descoberta ocorreu dias após a passagem periélica do objeto interestelar 3I/ATLAS. O novo corpo celeste apresenta uma excentricidade de 1,0095 e uma inclinação de 113 graus, sem cauda visível em imagens iniciais. Especialistas afirmam que ele origina da Nuvem de Oort e não tem relação com 3I/ATLAS.
A distância mínima entre as órbitas dos dois objetos atinge 75 milhões de quilômetros. Sem propulsão não gravitacional, eles nunca se aproximaram além de 225 milhões de quilômetros. A aceleração medida em 3I/ATLAS não permite uma conexão orbital. A descoberta foi realizada por Borisov, o mesmo que encontrou o cometa 2I/Borisov em 2019.
C/2025 V1 está previsto para passar perto da Terra em 11 de novembro, a 103 milhões de quilômetros. Por outro lado, 3I/ATLAS se aproximará da Terra em 19 de dezembro de 2025. As imagens obtidas em 3 de novembro mostram o núcleo do cometa sem uma cauda cometária clara. O Minor Planet Center catalogou o objeto como C/2025 V1 (Borisov).
Observações confirmam atividade cometária em 10 relatos iniciais. O cometa segue uma trajetória hiperbólica aparente, mas pertence ao Sistema Solar. Perturbações de Júpiter ou a liberação de gases podem explicar a excentricidade ligeiramente acima de 1. A órbita de C/2025 V1 possui uma inclinação de 113 graus em relação ao plano eclíptico e cruza quase perpendicularmente a de 3I/ATLAS. A excentricidade registra 1,0095, com uma incerteza de 0,0026.
Integrações orbitais até 1.000 UA reduzem a excentricidade abaixo de 1, confirmando a origem na Nuvem de Oort. O periélio do cometa ocorrerá em novembro de 2025. O astrofísico Avi Loeb afirma que C/2025 V1 não se relaciona com 3I/ATLAS, pois a separação orbital mínima chega a 0,5 UA e a aceleração não gravitacional de 3I/ATLAS é insuficiente para aproximar os dois objetos.
3I/ATLAS exibe sete jatos complexos pós-periélio, indicando uma significativa ejeção de massa, caso seja natural. Se fosse impulsionado por tecnologia, exigiria menos material com velocidades maiores de exaustão. Imagens recentes revelam a estrutura de jatos em 3I/ATLAS, com jatos opostos indicando a ejeção de 10% a 20% da massa inicial. A espectroscopia pelo telescópio James Webb analisará a composição do objeto em dezembro.
A velocidade de outflow e o fluxo de massa ajudarão a distinguir a origem natural da tecnológica. Propulsores químicos alcançam 3 a 5 km/s, enquanto ion thrusters podem atingir 10 a 50 km/s. A velocidade dos voláteis cometários limita a 0,3 a 0,5 km/s.
Os telescópios continuarão monitorando 3I/ATLAS até sua aproximação da Terra em 19 de dezembro. Esses dados esclarecerão a natureza do objeto interestelar. O cometa C/2025 V1 também servirá como uma comparação para as anomalias de 3I/ATLAS.
Observações em Virgo facilitarão o rastreamento de C/2025 V1, que terá seu brilho aumentado até o periélio em novembro. A espectroscopia revelará a composição dos jatos em 3I/ATLAS, e a nuvem de detritos pode carregar uma fração substancial da massa, caso seja um objeto natural. Testes para medir a velocidade e composição estão programados para as próximas semanas.
Os resultados definirão se 3I/ATLAS é um cometa ou um artefato tecnológico. As medições ocorrerão antes do périgeo em dezembro. O cometa C/2025 V1 Borisov segue uma trajetória vinculada ao Sol, ao contrário de 3I/ATLAS. Essa descoberta reforça a compreensão sobre os objetos da Nuvem de Oort, enquanto o monitoramento para ambos os corpos celestes continuará nos próximos meses.
Fonte: www.mixvale.com.br
Fonte: Nazarii Neshcherenskyi/ iStock



