Banco Central adia publicação das regras devido a ataques e desconfianças no setor
A crise de segurança das fintechs leva o Banco Central a adiar o Pix Parcelado, afetando investimentos no setor.
O adiamento da publicação das regras de padronização do Pix Parcelado, esperado por muitas fintechs, é resultado de uma sequência de episódios que abalaram a confiança do mercado. Ataques hackers a instituições financeiras e operações da Polícia Federal, que revelaram o uso de fintechs por organizações criminosas, obrigaram o Banco Central a mudar seu foco para garantir a segurança do sistema financeiro.
A necessidade de reconstrução da confiança
Auziane Morais, líder de compliance do Stark Bank, destacou que “não dá pra continuar inovando se a base de confiança foi abalada”. O dilema enfrentado pelo Banco Central é preservar a credibilidade do sistema sem frear a inovação, o que pode atrasar outros projetos e onerar os players do setor, especialmente as fintechs.
Cooperar para restaurar a credibilidade
As fintechs precisam adotar posturas de cooperação e governança para reverter a desconfiança do usuário. François Guérin, diretor de serviços de banking do Opea, enfatiza que a governança dos prestadores de serviço deve ser observada rigorosamente, pois a falta de diligência pode levar a falhas graves.
Medidas de segurança e regulamentação
O Banco Central anunciou, em setembro, exigências de capital mínimo e certificação de segurança para os Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI), refletindo a necessidade de governança no setor. As operações da Polícia Federal, que desmantelaram esquemas de lavagem de dinheiro relacionados a fintechs, evidenciam a gravidade da situação e a urgência em implementar medidas de segurança eficazes.
O impacto dos ataques cibernéticos
Nos últimos meses, o setor financeiro enfrentou vários ataques cibernéticos significativos. Em setembro, a fintech Monbank comunicou um desvio de R$ 4,9 milhões, enquanto a Sinqia reportou um ataque que resultou em R$ 710 milhões em transações não autorizadas. Esses incidentes reforçam a necessidade de um sistema mais seguro e confiável para a operação das fintechs e a implementação de melhores práticas de governança.