Dados apontam para uma tendência de crescimento das execuções, mas especialistas minimizam o impacto em relação a crises anteriores.
Em 2025, as execuções hipotecárias nos EUA aumentaram, mas especialistas afirmam que a situação não é alarmante.
Aumento das execuções hipotecárias nos EUA em 2025
Em 2025, as execuções hipotecárias nos Estados Unidos estão em ascensão, com 36.766 propriedades registradas apenas em outubro. Este aumento, de três por cento em relação a setembro e de dezenove por cento em comparação ao ano anterior, marca o oitavo mês consecutivo de crescimento no número de execuções. Segundo a ATTOM, empresa especializada em dados e análises imobiliárias, embora os números sejam historicamente baixos, eles refletem um cenário de estresse financeiro mais amplo na economia.
Contexto atual do mercado imobiliário
Apesar do aumento nas execuções, especialistas como Rob Barber, CEO da ATTOM, ressaltam que a situação permanece longe dos níveis alarmantes do passado. Em sua análise, Barber afirma que a tendência atual parece refletir uma normalização gradual nas execuções hipotecárias à medida que as condições do mercado se ajustam. A maioria dos proprietários atualmente possui hipotecas com taxas de juros baixas, o que reduz a pressão financeira que normalmente leva à inadimplência.
Taxas de execução e análise regional
Os estados mais afetados pelas execuções hipotecárias incluem a Flórida, que ainda enfrenta desafios no mercado imobiliário, seguidos por Carolina do Sul, Delaware e Nevada. Fernando Ferreira, professor da Universidade da Pensilvânia, indica que, embora as execuções estejam aumentando, não há sinais de uma tendência preocupante. Ele compara a situação atual com a de 2010, quando 1,7 milhão de execuções foram registradas na primeira metade do ano. Com a taxa de desemprego se mantendo baixa, Ferreira enfatiza que mudanças no mercado de trabalho poderiam levar a um aumento nas execuções, mas não em comparação com a crise de 2008.
Impactos sociais das execuções hipotecárias
Adam Guren, professor de economia na Universidade de Boston, descreve cada execução hipotecária como uma “tragédia humana”, destacando as consequências sociais que vão além da instabilidade habitacional. Segundo Guren, o aumento das execuções em 2025, embora significativo, não contrabalança a tendência de baixa nas taxas de execução nos últimos anos. Ele observa que, historicamente, as execuções estão em um nível muito mais baixo do que em crises anteriores, como a de 2008 e a pandemia.
Perspectivas futuras
Jan Brueckner, professor de economia na Universidade da Califórnia, Irvine, afirma que o aumento atual nas execuções é historicamente inconsequente, visto que a taxa de execução está em torno de 0,5%, a mais baixa desde 2000. Apesar de um pequeno aumento nas execuções, não há risco iminente de uma crise semelhante à de 2008, devido a padrões de empréstimos mais conservadores e à ausência de um aumento substancial na dívida das famílias. Rick Sharga, CEO da CJ Patrick Co., compartilha da mesma opinião, mas alerta para preocupações nas delinquências da Federal Housing Administration, que podem afetar famílias de baixa e média renda em 2026.
Conclusão
Portanto, enquanto as execuções hipotecárias em 2025 estão aumentando, especialistas concordam que o cenário atual não indica um colapso iminente no mercado imobiliário. A combinação de hipotecas de baixo custo e um mercado de trabalho relativamente forte sugere que, por agora, não há uma “tsunami de execuções” a caminho. A vigilância contínua é necessária, mas o aprendizado das lições do passado parece estar moldando um futuro mais estável para o setor.
Fonte: www.newsweek.com
Fonte: by Frederic J. BROWN / AFP