Debate na Câmara dos Deputados destaca avanços e desafios no tratamento
Evento discute a baixa cobertura de mamografias e novos medicamentos para tratar o câncer de mama.
Na quarta-feira (29), em Brasília, especialistas e autoridades discutiram os desafios e os avanços na política de combate ao câncer de mama. O evento, parte do Outubro Rosa, enfatizou a urgência em aumentar a cobertura de rastreamento, que atualmente é de apenas 24% na faixa etária de 50 a 69 anos, enquanto a meta internacional é de 70%.
Avanços no tratamento
Entre os avanços apresentados, destacou-se a recente aquisição pelo Ministério da Saúde de um medicamento inovador, o Trastuzumabe Entansina, que atenderá à demanda de 1.144 pacientes em 2025. Renata Maciel, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), alertou que a cobertura de mamografias é alarmantemente baixa, com variações de 5% em Roraima a 33% no Espírito Santo. “O Norte e Nordeste do país apresentam taxas muito abaixo do ideal”, afirmou.
Medidas para elevar a cobertura
Suyanne Monteiro, representante do Ministério da Saúde, enfatizou a necessidade de elevar a cobertura de mamografias, especialmente para mulheres de 50 a 74 anos, que devem realizar o exame a cada dois anos. A idade limite para o rastreamento foi ampliada de 69 para 74 anos, pois quase 60% dos casos estão concentrados nessa faixa etária. Embora a mamografia não previna a doença, pode antecipar diagnósticos, o que é crucial para o tratamento eficaz.
Desafios de informação e diagnóstico
O estudo do Instituto Natura em 2025 revelou que apenas 29% das mulheres brasileiras têm informações adequadas sobre a saúde das mamas. Mariana Lorencinho, executiva do instituto, ressaltou que 86% das mulheres entrevistadas desconhecem o direito de realizar mamografias gratuitamente pelo SUS. A deputada Flávia Morais (PDT-GO) destacou que 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados tardiamente no Brasil, reforçando a urgência de campanhas de conscientização e informação sobre prevenção e diagnóstico precoce.