Bancada evangélica se articula para apoiar Jorge Messias ao STF

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakifoto

Movimentação busca garantir votos em meio a descontentamentos no Senado

A bancada evangélica no Congresso começa a se mobilizar para apoiar Jorge Messias ao STF, apesar de descontentamentos internos.

Apoio a Jorge Messias ao STF

A bancada evangélica no Congresso Nacional começou a se movimentar em torno da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Essa articulação ocorre enquanto o governo tenta mapear o ambiente no Senado, após a indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (20/11). A tarefa de garantir os 41 votos necessários para a aprovação de Messias é desafiadora, especialmente devido ao descontentamento do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que preferia o senador Rodrigo Pacheco para a vaga.

A posição dos senadores evangélicos

Parte dos senadores evangélicos acredita que a experiência e a fé de Messias o tornam um candidato dialogável, o que poderia facilitar a construção de apoio. Um senador, que pediu para não ser identificado, comentou que há um consenso em uma ala da bancada sobre a possibilidade de apoiar Messias. A votação será secreta, o que reduz o risco de retaliações contra senadores que optarem por votar a favor do indicado de Lula.

Divergências internas na bancada

Entretanto, nem todos os membros da bancada evangélica estão alinhados. Uma corrente interna argumenta que não há condições de apoiar Messias, especialmente considerando o descontentamento de Alcolumbre. A vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, senadora Damares Alves, afirmou que o grupo irá se reunir na próxima semana para debater a posição oficial. Ela ressaltou a importância de ter diálogos abertos entre os membros antes de tomar uma decisão definitiva.

Desafios enfrentados pelo governo

A mobilização da bancada evangélica ocorre em um contexto onde o governo está tentando consolidar apoio após dificuldades na recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República, que foi aprovada por uma margem mínima. Essa situação evidencia a imprevisibilidade do Senado e a necessidade de tratar cada indicação com cautela. Messias, por sua vez, tem enfatizado que sua atuação no STF seria técnica e isenta de influências ideológicas ou religiosas, embora a presença de opositores na bancada evangélica adicione um elemento de incerteza às negociações.

Próximos passos na articulação

Messias precisará de 41 votos no plenário para ser aprovado. A reunião da Frente Evangélica, as discussões sobre seu apoio e as resistências internas serão fundamentais para o andamento desta articulação. O cenário político nas próximas semanas será decisivo para a trajetória de Messias rumo ao STF, e a bancada evangélica desempenhará um papel crucial nesse processo.

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