Análise sobre a decisão do Copom e seus impactos
O Copom manteve a taxa Selic em 15% e reforçou um tom firme em sua comunicação, embora reconheça a perda de fôlego da inflação.
Nesta quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15%, conforme amplamente esperado pelo mercado financeiro. O comunicado pós-reunião preservou o tom firme dos encontros anteriores, mantendo a sinalização de “política monetária em patamar significativamente contracionista” e reforçando a ideia de “período bastante prolongado”.
Sinais de arrefecimento da inflação
Analistas apontam que, apesar da sinalização de cautela, o tom usado pelo colegiado reconhece a perda de fôlego da inflação. Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, afirma que a estratégia atual visa ganhar mais graus de liberdade no futuro, permitindo cortes quando houver espaço. O texto do comunicado trouxe alterações sutis, mas positivas, na avaliação da inflação corrente e das perspectivas, reconhecendo que os índices cheios e subjacentes seguem acima da meta, mas com algum arrefecimento.
Projeções e cenário econômico
A estimativa para o IPCA no horizonte relevante da política monetária — 18 meses, até o segundo trimestre de 2027 — recuou marginalmente de 3,4% para 3,3%, permanecendo acima da meta de 3%. O Banco Central ajustou o tom ao reconhecer um cenário econômico ligeiramente mais benigno, substituindo a expressão “certa moderação” da atividade por “trajetória de moderação”.
Expectativas para o futuro
Maria Paolantoni, analista da Nord Investimentos, avalia que a chance de cortes na próxima reunião é reduzida, pois ainda é necessário um período de manutenção para garantir a convergência à meta. Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, concorda que a decisão está em linha com o consenso de mercado, com um viés levemente positivo devido à melhora na inflação corrente.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Adriano Machado