O medicamento mais lucrativo do mundo está no centro de uma controvérsia internacional
A disputa pelo Ozempic, medicamento para diabetes e obesidade, envolve EUA, China e Brasil em um cenário de controvérsia e perda de patentes.
A luta pelo Ozempic, medicamento que revolucionou o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, está intensificando-se entre EUA, China e Brasil. O medicamento, produzido pela dinamarquesa Novo Nordisk, tornou-se um símbolo das tensões no mercado farmacêutico global, especialmente após a perda da patente no Canadá em julho de 2025.
Contexto da disputa pelo Ozempic
A Novo Nordisk, que controla a patente do Ozempic, viu sua exclusividade ameaçada após um erro administrativo que resultou na expiração da patente canadense. Essa situação permitiu que concorrentes, como a Sandoz, planejassem a produção de genéricos, aproveitando-se do vácuo de mercado. Além disso, a pressão por preços mais baixos nos EUA tem alimentado a competitividade, com críticas ao alto custo do medicamento.
O que está em jogo para os países envolvidos
Os EUA enfrentam um dilema com a crescente demanda por medicamentos mais acessíveis. Com a Novo Nordisk sob ataque por altos preços, a possibilidade de genéricos mais baratos da semaglutida, especialmente os produzidos na China, está se tornando cada vez mais real. A China, com sua capacidade de produção em massa e preços baixos, está se preparando para inundar o mercado americano com alternativas ao Ozempic.
Impactos econômicos e jurídicos
No Brasil, a batalha pela patente do Ozempic está prestes a ganhar novos contornos. Com a expiração da patente prevista para 2026, farmacêuticas nacionais já se movimentam para desenvolver suas versões do medicamento. O investimento de R$ 6,4 bilhões anunciado pela Novo Nordisk para expandir suas operações em Minas Gerais demonstra a importância do mercado brasileiro, que movimentou R$ 3,7 bilhões apenas em 2023 com o Ozempic.
Perspectivas futuras
À medida que o cenário se desenvolve, o papel da justiça será crucial. O Tribunal Regional Federal já negou extensões de patente, e as batalhas judiciais continuarão a moldar o futuro do mercado. A competição acirrada entre gigantes farmacêuticos e novas empresas locais promete não apenas impactar os preços, mas também a acessibilidade dos medicamentos para a população.
O Ozempic transcende seu papel como medicamento; ele se tornou um símbolo das complexas interações entre inovação, mercado e saúde pública em uma escala global. Com a chegada de 2026 se aproximando, as expectativas para o futuro desse medicamento são altas, tanto para os consumidores quanto para as empresas envolvidas.
