Joyce Beatty processa Trump para reverter a mudança de nome.
Joyce Beatty processa Donald Trump para remover seu nome do Kennedy Center, alegando ilegalidade na mudança.
A recente mudança de nome do Kennedy Center para “Trump-Kennedy Center” gerou uma controvérsia significativa nos Estados Unidos. A congressista Joyce Beatty, representando o estado de Ohio, entrou com um processo contra o ex-presidente Donald Trump, alegando que a renomeação é ilegal e uma violação flagrante da lei, já que requer aprovação do Congresso.
O contexto da mudança de nome
O Kennedy Center, um importante símbolo cultural e artístico dos EUA, foi projetado para ser um memorial vivo ao presidente John F. Kennedy, refletindo a herança e os valores que ele representou. A mudança de nome, aprovada de forma unânime pelo conselho do centro, levanta questões sobre a legalidade e a intenção por trás dessa decisão. Beatty, que faz parte do conselho como membro ex-ofício, afirmou que foi silenciada durante a votação, não tendo a oportunidade de expressar sua oposição ao novo nome.
“O Congresso pretendia que o Centro fosse um memorial vivo ao Presidente Kennedy – e uma joia das artes para todos os americanos, independentemente do partido. A não ser que este Tribunal intervenha, os Réus continuarão a desafiar o Congresso e a frustrar a lei para fins impróprios”, declarou a congressista em sua petição.
Detalhes do processo
A ação judicial de Beatty está sendo conduzida pelo Washington Litigation Group e pela Democracy Defenders Action. O governo Trump, por sua vez, defendeu a mudança, alegando que a administração havia “salvado” o Kennedy Center. A mudança de nome foi anunciada em uma reunião do conselho, que ocorreu na semana passada, e já foi implementada fisicamente na fachada do edifício.
A polêmica não se limita apenas à representação de Beatty. Outros críticos, como Joe Kennedy III, ex-congressista e sobrinho-neto de John F. Kennedy, questionaram a validade da mudança, comparando-a à impossibilidade de renomear monumentos históricos, como o Lincoln Memorial. “O Kennedy Center é um memorial vivo a um presidente caído, nomeado por lei federal. Não pode ser renomeado como se fosse um bem privado”, comentou Kennedy em uma postagem nas redes sociais.
Impactos e reflexões sobre a mudança
Essa mudança de nome faz parte de um esforço mais amplo do ex-presidente Trump para remodelar a organização artística, que ele vê como uma forma de controle sobre a narrativa cultural do país. Desde o início de seu mandato, Trump fez mudanças significativas na composição do conselho e na programação do centro, direcionando-a para uma ênfase em patriotismo.
A batalha legal que se segue promete ser emblemática não apenas para a identidade do Kennedy Center, mas também para o futuro da arte e da cultura nos Estados Unidos sob a influência política. Enquanto o processo judicial avança, a sociedade americana continua a debater o que significa preservar a memória de um presidente em um espaço cultural que deveria transcender as divisões partidárias.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Julia Demaree Nikhinson/AP