Beleza descolonizada: uma nova mentalidade

Afua Hirsch questiona padrões estéticos eurocêntricos em seu livro

A obra de Afua Hirsch propõe uma reflexão sobre a beleza e ancestralidade.

Afua Hirsch, em seu livro “Decolonizando Meu Corpo”, propõe uma reflexão sobre os padrões estéticos eurocêntricos e a busca por uma beleza descolonizada. A autora, que resgata tradições africanas e compartilha experiências pessoais, argumenta que a verdadeira beleza vai além do físico, sendo uma mentalidade que permite escolhas conscientes sobre o próprio corpo.

A jornada interna de Hirsch

Hirsch, que completou 40 anos, iniciou sua jornada ao perceber a ansiedade gerada pelos padrões de beleza. Durante a escrita do livro, ela entendeu que a obra era, antes de tudo, uma jornada interna. A tatuagem inspirada na cultura akan, que ela fez, simboliza sua transformação e sua visão do corpo como um local de memória e ancestralidade.

Resgatando tradições e práticas

No livro, a autora compartilha relatos sobre rituais e tradições africanas, como a celebração da menstruação para sua filha, enfatizando a importância de entender e trabalhar com as mudanças do corpo. Hirsch também narra suas experiências em viagens pela África, onde observou a forma como a beleza é percebida e vivenciada, desafiando as normas ocidentais.

Críticas ao olhar colonizador

Hirsch critica os padrões de beleza impostos pelo marketing e pela mídia, que criam um “olhar colonizador” internalizado. Para ela, a beleza descolonizada é uma mentalidade que permite que as pessoas façam suas próprias escolhas sobre o que consideram bonito. “Não acho que seja qualquer visual ou qualquer prática física específica”, afirma.
O desejo de Hirsch é que as mulheres possam desfazer o que ela chama de “dano colonial” de seus corpos, valorizando características que têm sido desvalorizadas, como o cabelo e a pele. A obra traz um convite à reflexão e à valorização da diversidade estética.

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