Bill Gates defende investimento em saúde e fome em vez de clima

Empresário e filantropo Bill Gates  • Justin Tallis - WPA Pool/Getty Images

Bilionário argumenta que a mudança climática não levará ao fim da humanidade

Bill Gates sugere redirecionar recursos da luta contra a mudança climática para saúde e fome, afirmando que a humanidade não será extinta pela crise climática.

Na terça-feira (28), Bill Gates, um dos principais defensores da redução das emissões de carbono, publicou uma notável dissertação em que defende que os recursos devem ser desviados da luta contra a mudança climática. Segundo Gates, a mudança climática não levará ao fim da humanidade, e os filantropos devem aumentar os investimentos em esforços voltados para a prevenção de doenças e fome.

A nova abordagem de Gates

Gates argumenta que, embora a mudança climática tenha consequências sérias, os cortes na USAID feitos pela administração Trump representam um problema mais urgente, causando danos globais duradouros à luta contra a fome e doenças evitáveis. “A mudança climática, as doenças e a pobreza são os maiores problemas”, escreveu Gates, defendendo que devemos lidar com eles em proporção ao sofrimento que causam.

Controvérsia e críticas

Sua nova posição, no entanto, gerou críticas. Especialistas, como Michael Mann, afirmam que a mudança climática é uma das maiores ameaças para as nações em desenvolvimento e que a visão de Gates representa uma falsa dicotomia. Eles ressaltam que muitos dos problemas que Gates agora considera prioritários são, direta ou indiretamente, consequências das mudanças climáticas.

Reflexão sobre investimentos

Gates também expressou que retirar o investimento climático foi uma “enorme decepção”, embora necessária. Ele afirma que a comunidade deve continuar a apoiar esforços para alcançar zero emissões de carbono, mas ressalta que a prioridade deve ser a melhoria das condições de vida, especialmente para os mais pobres.

A dissertação de Gates surge em um momento crucial, com a COP30 se aproximando, onde líderes mundiais discutirão a crise climática e suas implicações para o futuro do planeta.

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