Uma explosão nas proximidades de uma seção eleitoral em Cochabamba, Bolívia, onde o candidato da esquerda à presidência, Andrónico Rodríguez, votou, adicionou uma camada de tensão ao dia de eleições neste domingo. O incidente ocorreu momentos antes da chegada do senador e presidenciável ao local. As autoridades investigam as causas.
De acordo com o relatório preliminar da Força Especial de Combate ao Crime (Felcc), a explosão foi resultado de um curto-circuito ocorrido atrás da escola José Carrasco. Felizmente, o incidente não resultou em danos materiais ou feridos, mas a investigação segue em andamento para determinar se houve alguma intenção por trás do ocorrido.
A chegada de Andrónico Rodríguez à seção eleitoral não foi menos tumultuada. O candidato foi recebido com vaias e, segundo relatos, até mesmo apedrejado por alguns eleitores que o chamaram de “traidor”. A hostilidade demonstra a polarização que marca o cenário político boliviano.
As eleições deste ano na Bolívia ocorrem em um momento crucial. Após quase duas décadas de governos de esquerda, liderados pelo Movimento ao Socialismo (MAS), o cenário político se mostra fragmentado. As pesquisas indicam que candidatos de direita podem estar à frente, desafiando a hegemonia do MAS.
Embora ainda ligado ao MAS, Andrónico Rodríguez concorre pela coligação Aliança Popular, refletindo as divisões internas no partido entre figuras como Evo Morales e o atual presidente, Luis Arce. “A candidatura independente de Rodriguez surgiu após divergências entre dois ‘caciques'”, aponta a imprensa local, sinalizando um racha na esquerda boliviana.