Análise do 3T25 leva a cortes significativos nas projeções da empresa de saúde
Bradesco BBI reduz preço-alvo das ações da Hapvida em quase 50% após resultados do 3T25.
Bradesco BBI revisa estimativas para Hapvida após 3T25
Após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25), a Ágora Investimentos, parte do Bradesco BBI, anunciou uma drástica revisão nas projeções para a Hapvida (HAPV3). O banco cortou o preço-alvo das ações da operadora de saúde em quase 50%, passando de R$ 51 para R$ 27. Essa mudança reflete a análise de resultados que ficaram aquém do esperado, com um impacto significativo nas estimativas de lucro.
O novo preço-alvo sugere um potencial de valorização de 43% em relação ao fechamento anterior das ações, mas o cenário permanece desafiador. Os analistas Marcio Osako e Larissa Monte, que assinam o relatório, destacaram que a expectativa de lucro para 2026 foi reduzida em 42%, passando para R$ 863 milhões, devido à alta sinistralidade e um Ebitda considerado estável para o próximo ano.
Recomendação mantida, mas com cautela
Apesar da revisão negativa, a recomendação de compra para as ações HAPV3 foi mantida. Contudo, o Bradesco BBI adota uma postura cautelosa, considerando a fraca dinâmica dos resultados e os efeitos do benefício fiscal do ágio da NotreDame Intermédica, que pode impactar positivamente o potencial de valorização das ações no futuro.
Os analistas ressaltaram que as ações da Hapvida estão sendo negociadas a um múltiplo de 11 vezes o preço sobre lucro (P/L), comparado a 17 vezes do concorrente Rede D’or (RDOR3), o que ainda torna a Hapvida atrativa em termos de valuation.
Recompra de ações como fator de suporte
A análise do Bradesco BBI também levou em consideração o recente anúncio da Hapvida sobre um programa de recompra de 70 milhões de ações, representando 24% dos papéis em circulação, além de 20 milhões já anunciados anteriormente. Este movimento poderá oferecer suporte aos preços das ações, ajudando a estabilizar o valor no mercado.
Desafios futuros no quarto trimestre
Em relação ao quarto trimestre de 2025 (4T25), o Bradesco BBI espera que os resultados continuem desafiadores, com pressões de custos relacionadas a investimentos na rede própria da empresa e uma alavancagem operacional fraca. Essa previsão se alinha com a reação do mercado, onde as ações da Hapvida sofreram uma queda de mais de 40% após a divulgação dos resultados, e a tendência de liquidação continuou no dia seguinte, com as ações caindo 3,23% para R$ 18,28 por volta das 11h20 (horário de Brasília).
Reações do mercado e revisões de outras instituições
A revisão do Bradesco BBI não foi um caso isolado. Outras instituições, como o BB Investimentos e o BTG Pactual, também revisaram suas recomendações para as ações da Hapvida. O BB Investimentos rebaixou sua recomendação de compra para neutra, enquanto o BTG Pactual reduziu seu preço-alvo de R$ 67 para R$ 50 até 2026. O JP Morgan, por sua vez, fez uma dupla revisão, rebaixando a recomendação de compra para neutra e cortando o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39.
Na última quarta-feira (12), a Hapvida reportou um lucro líquido de R$ 338 milhões entre julho e setembro, o que representa um aumento de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, a empresa enfrentou uma queima de fluxo de caixa livre de R$ 51,9 milhões no 3T25, além de um aumento na taxa de sinistralidade (MLR), que subiu para 75,2%, refletindo o aumento nas ocorrências médicas.
Com a contínua pressão no mercado e as revisões pessimistas das estimativas, a Hapvida se encontra em um momento crítico onde a recuperação de suas ações dependerá de uma melhoria significativa em suas operações e resultados futuros.
Fonte: www.moneytimes.com.br