O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, iniciou consultas formais para avaliar possíveis medidas de retaliação comercial contra os Estados Unidos. A decisão, confirmada por fontes do Ministério das Relações Exteriores ao Metrópoles, surge em resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump ao Brasil. A iniciativa se baseia na Lei da Reciprocidade, sancionada por Lula em abril.

O Itamaraty, em um movimento estratégico, acionou a Câmara de Comércio Exterior (Camex) para conduzir uma investigação minuciosa. O objetivo é determinar se a tarifa americana se enquadra nos critérios que autorizam a aplicação da Lei da Reciprocidade. Espera-se que o governo dos EUA seja formalmente notificado sobre essa ação já nesta sexta-feira.

No entanto, o processo de avaliação pode levar tempo. A Camex, após receber o pedido do Itamaraty e de outros ministérios envolvidos, tem um prazo de até 30 dias para emitir um parecer final sobre o caso. A lentidão se deve, em parte, ao fato de que um pedido de consulta enviado pelo Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) permanece sem avanços significativos.

Conforme fontes com conhecimento do assunto, a decisão de buscar alternativas via Lei da Reciprocidade foi motivada pelo impasse na OMC. A Lei da Reciprocidade, vale lembrar, “prevê que o Brasil adote ações contra decisões unilaterais de outros países, que prejudiquem a competitividade brasileira”, como destacado anteriormente. O governo brasileiro busca, assim, defender os interesses do país no cenário comercial internacional.