Brasil precisa se defender da pressão americana, alerta professor da USP

Análise do cientista político Feliciano de Sá Guimarães sobre as relações bilaterais

O cientista político Feliciano de Sá Guimarães alerta que o Brasil deve se defender da ação americana, considerando a crescente influência chinesa na América Latina.

Brasil precisa se defender da pressão americana

Em 7 de outubro de 2023, o cientista político Feliciano de Sá Guimarães, professor do Instituto de Relações Internacionais da USP, discutiu no programa “WW Especial” da CNN a necessidade de o Brasil adotar uma postura defensiva em suas relações com os Estados Unidos. A análise ocorre em um contexto onde a influência chinesa na América Latina cresce e os americanos deslocam poder militar para a região.

Mudanças nas relações bilaterais

Guimarães alertou que o Brasil atravessa uma fase perigosa e que não está em uma relação normal com os EUA. Ele destacou que as ações americanas são motivadas por duas correntes principais: o combate à influência chinesa e a percepção de problemas internos, como migração e narcotráfico. O professor enfatizou que essa combinação empurra os EUA a expandirem sua presença militar na América do Sul.

Conceitos de esfera de influência

O professor também mencionou que os EUA parecem estar flertando com uma ideia antiga da Guerra Fria, que é a noção de “esferas de influência”, uma perspectiva negativa para o Brasil. Historicamente, o país tentou manter uma relação bilateral que evitasse conflito direto, mas Guimarães argumenta que essa estratégia não é mais viável, pois a situação atual impossibilita que o Brasil “voe abaixo do radar americano”.

Riscos e recomendações

Guimarães advertiu que as ações do governo Trump em relação ao Brasil parecem ser táticas, e não mudanças estratégicas. O cientista político destacou o risco de um ciclo em que os EUA atraem o Brasil e depois o atacam. Se esse padrão se tornar sistemático, o Brasil precisará repensar seu relacionamento com os EUA, construindo uma política externa defensiva frente às pressões norte-americanas.

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